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Editorial – 19.08.2019

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Primeiro foi dentro da Polícia Federal, o senhor Jair Bolsonaro, presidente da República, resolveu alterar, da sua cabeça, tudo indica, o comando da Superintendência aqui do Rio de Janeiro e tudo por conta de investigações que envolvem o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. Envolvem o seu filho, mas não esclarecem todas aquelas questões que colocavam o senhor Queiroz no centro dos acontecimentos.

 

Queiroz, funcionário de confiança de Jair Bolsonaro e de Flávio Bolsonaro, simplesmente desapareceu, mas, apesar disso, claramente me parece em uma falha dos órgãos policiais, o senhor Bolsonaro anda muito preocupado com os rumos da Polícia Federal e, nesse sentido, passou a encarar o superintendente do Rio de Janeiro como um quadro a ser removido. A reação foi generalizada e houve inclusive de acordo com fontes da imprensa, a ameaça de uma demissão coletiva dos superintendentes da Polícia Federal pelo Brasil afora.

 

Sei que houve um recuo, agora de manhã o Jair Bolsonaro está reunido com Sergio Moro, que é o ministro da justiça e, curiosamente, aquele que comanda a Polícia Federal. Ele, Sergio Moro que é apresentado como paladino da luta contra a corrupção, acho que não dá conta do paradeiro do senhor Queiroz. Não é muito curioso isso?

 

Bem, mas o senhor Bolsonaro, não satisfeito com essa confusão, parece que também abriu fogo contra a Receita Federal, especialmente a Superintendência aqui no Rio de Janeiro, tudo por conta das resistências do atual superintendente em remover da sua função o delegado da alfândega do porto de Itaguaí, o auditor José Alex de Oliveira, e também a chefe da delegacia da Receita da Barra da Tijuca, a auditora Adriana Trilles.

 

As investigações apontam o Porto, olha como é interessante, como provável entreposto do poderio bélico da milícia e do tráfico aqui no Rio de Janeiro. Segundo o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais, o Sindifisco, o Kleber Cabral, se o superintendente aqui do Rio for afastado, o governo terá também como resposta uma renúncia coletiva de chefes em todos os níveis da hierarquia da Receita. Ele diz claramente: “se houver uma intervenção externa na Receita, teremos renúncia em massa. Pelo menos 200 chefes no país inteiro vão entregar os cargos. Claro que tem sempre um outro que prefere ficar, mas a maior parte irá sair”.

 

Bem, com tudo isso, a grande questão que se coloca é como um governo eleito nas circunstâncias em que foi esse governo Bolsonaro, com todo aquele show das fake news, que foi absolutamente encoberto ou pelo menos não recebeu nenhum tipo de sanção ou repressão adequada do Tribunal Superior Eleitoral, quando o candidato Bolsonaro pregava claramente a eliminação física dos seus adversários e nada também foi feito pelas autoridades judiciárias do país, cabe agora a pergunta: O senhor Bolsonaro, como presidente, pode continuar a fazer o que vem sendo feito?

 

Isso claramente é uma irresponsabilidade contra o Estado brasileiro e, mais do que isso, isso em meio a uma situação onde o Estado brasileiro vem sendo fragilizado por essa onda de privatizações que claramente tem um objetivo: fragilizar o nosso Estado e fortalecer principalmente interesses norte-americanos aqui dentro do país, ou seja, é escândalo em cima de escândalo.

 

O que o Poder judiciário, o que Poder Legislativo, o que as instituições que muitos políticos afirmam estar funcionando plenamente, têm a considerar sobre esse caso? E mais do que isso, o que a chamada oposição de esquerda a Bolsonaro pode fazer frente a esse conjunto de barbaridades que estamos assistindo? Me parece que todos esses indícios, esses comportamentos do senhor Bolsonaro e do seu governo, deixam claro que a nossa sociedade está sob risco. A grande questão é quais são os antídotos que, nesse momento, podemos ter para evitar um mal maior, a perpetuação desse governo irresponsável à frente do país.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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