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“Livre comércio com China é suicídio da indústria brasileira”, diz Mineiro

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A reunião de líderes dos países que compõem os Brics – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul -, que acontece em Brasília, acendeu um sinal de alerta para a indústria no país. O ministro da Economia Paulo Guedes anunciou, em palestra, a intenção de estabelecer um acordo de livre comércio com os chineses, principal mercado para os produtos nacionais.

 

Após a reação negativa dos empresários, o ‘posto Ipiranga’ de Jair Bolsonaro tentou voltar atrás, afirmando que a ideia é promover uma integração econômica entre os dois países. No entanto, o estrago já estava feito.

 

O economista Adhemar Mineiro lembrou que os Estados Unidos, país ao qual o governo brasileiro está atualmente alinhado, defende o protecionismo e condena este tipo de acordo. Além disso, o processo avançado de desindustrialização por aqui impede que as barreiras tarifárias para os produtos chineses sejam retiradas.

 

“Nos últimos anos, especialmente na administração Bush, você tem uma inversão da posição dos Estados Unidos, na medida em que vinham freando as negociações na OMC (Organização Mundial do Comérico). Os Estados Unidos freavam o desenvolvimento das negociações, colocavam um monte de condicionamentos em uma avaliação de que o mano a mano com a China é bastante complicado para eles. Foi exatamente isso que o Guedes anunciou na parte da manhã”, disse.

 

“Depois das manifestações da indústria brasileira, nós vimos, é um suicídio do ponto de vista da indústria aqui operando. Não só a indústria brasileira, o capital nacional, mas também o capital internacional operando aqui dentro. O acordo de livre comércio com a China na verdade massacra esses interesses que já estão instalados aqui dentro. Então provavelmente houve algum tipo de reação que levou a essa mudança [de Paulo Guedes]”, continuou o especialista.

 

Mineiro citou que a tentativa do governo de estabelecer uma pauta relativa ao comércio entre os países se deu por conta das diferenças ideológicas que existem sobre temas mais importantes, como a situação dos conflitos nas nações sul-americanas, que inclui a Venezuela, aliada de russos e chineses.

 

Um suposto pacto com o país asiático esbarra não somente nos interesses estadunidenses e na depreciação da produção nacional. O bloco econômico formado por países da América do Sul é um que diverge sobre o tema.

 

“Também é muito difícil porque um acordo comercial com a China depende, por exemplo, do Mercosul, e acontece um problema porque os países do Mercosul reconhecem a República Popular da China, mas o Paraguai até hoje reconhece Taiwan. Taiwan tem poucas representações a nível mundial, mas um dos países que reconhece Taiwan e não a China como verdadeira China é o Paraguai. Evidentemente o Paraguai não pode firmar um acordo com a República Popular da China”, colocou.

 

Ouça a entrevista de Adhemar Mineiro na íntegra:

 

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