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A audiência do ex-presidente Lula com o Papa Francisco em Roma, na Itália, que acontecerá nesta quarta-feira (12), é aguardada com expectativa entre os petistas. O político embarcou ontem graças a uma decisão da Justiça de Brasília que adiou uma audiência dele na Operação Zelotes.
Intermediado pelo mandatário argentino Alberto Fernández, compatriota do pontífice, o encontro entre os líderes deve abordar questões relativas a lawfare, termo criado para referenciar uma disputa política com interferência do Poder Judiciário.
O teólogo Leonardo Boff celebrou a audiência entre Lula e o Papa Francisco, atendendo a desejo de ambos às vésperas de um evento mundial na cidade italiana de Assis, quando o representante máximo da Igreja Católica reunirá especialistas em economia para debater uma nova forma de lidar com os contrastes sociais do planeta.
“Esse encontro corresponde a um desejo mútuo. Em março, haverá o grande encontro internacional ‘Economia de Francisco’, onde o Papa propõe aos jovens economistas políticas contra a desigualdade social nos países. Quem tem experiência de diminuir a desigualdade, incluir 36 milhões de pessoas na cidadania é Lula, e o Papa queria não só ler, como conversar, saber como se faz isso”, citou, acrescentando um ato de gratidão do petista ao pontífice.
“Por outra parte, Lula queria agradecer a carta que o Papa mandou para ele quando estava preso. Tem grande admiração por ele, especialmente pela opção que esse Papa tem pelas políticas sociais em favor dos pobres e pela critica muito dura e direita ao sistema de acumulação mundial que produz desigualdade e pobreza”, assinalou o religioso.
Há a possibilidade, inclusive, do ex-presidente brasileiro comparecer ao fórum econômico patrocinado por Francisco que acontece entre os dias 26 e 28 de março, conforme apontou Leonardo Boff.
“É muito possível [a participação de Lula] porque quando houve o encontro pela primeira vez dos movimentos sociais populares, em Roma, Evo Morales quis participar e os organizadores da cúria proibiram. O papa interveio, disse ‘Evo Morales vem de baixo, é indígena, é meu convidado direto’ e participou. Creio que dessa vez haverá a mesma lógica. Lula é uma pessoa altamente significativa não só para falar, mas para testemunhar como se faz a diminuição da desigualdade”, observou.
O teólogo fez questão de analisar o governo Bolsonaro, que inicia seu segundo ano de gestão, citando os múltiplos aspectos que o preocupam.
“Esse governo vai de mal a pior. A cada manhã a gente escuta uma desgraça qualquer, a preservação da Amazônia, a submissão explícita aos Estados Unidos, que elevou o Brasil a um país desenvolvido e com isso tem consequências, vão taxar produtos brasileiros, colocar barreiras. É um presidente que não sabe que foi eleito para representar e defender o povo brasileiro”, criticou.
Ouça a íntegra da entrevista de Leonardo Boff: