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O drama dos moradores de Paquetá, que reivindicam a manutenção dos horários das barcas que ligam a ilha à Praça XV, está perto do fim ou, pelo menos, de uma pausa. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em audiência pública na última quarta-feira (12) se comprometeu a transferir recursos próprios para a Secretaria de Estado de Transporte (Setrans) manter a grade regular de horários durante 2020.
A declaração foi dada pelo deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), líder do governo na Câmara. Até o final da semana, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Alerj, o Ministério Público e o Governo do será apresentado ao Judiciário definindo que o parlamento devolverá ao Executivo estadual R$ 5 milhões, utilizado exclusivamente para que a concessionária CCR Barcas mantenha o número de viagens anterior.
Presente à audiência no parlamento do Rio, o ambientalista Sérgio Ricardo explicou as definições que aconteceram durante a reunião.
“Ontem foram decididas duas questões: no meio da audiência pública foi lida uma mensagem do governador do estadoem que, durante o período do carnaval, o governo e a CCR se comprometem a voltar com a grade de horários que existia no carnaval de 2019, o que dá um certo alento à população de Paquetá, em especial ao comércio”, pontuou.
“Em segundo lugar, amanhã à tarde haverá uma reunião provavelmente no Palácio Guanabara para se tentar um acordo, que seria a retornada durante esse ano da grade de Paquetá. Se de fato a CCR e o estado cumprirem o seu acordo, quero lembrar que o governador já mentiu para a população de Paquetá 15 dias atrás quando, numa sexta-feira, no final da tarde, publicou um tuíte dizendo que seria mantida a grade antiga, e no sábado foi um vazio”, lembrou o ambientalista.
A concessionária CCR Barcas alega que tem um prejuízo anual na operação das barcas para Paquetá de aproximadamente R$ 7 milhões, daí a justificativa para a redução em 30% no número de viagens durante a semana e 50% aos sábados e domingos.
Sérgio Ricardo avaliou que a situação atual remete à concessão de serviços que eram de responsabilidade do estado na última década do século passado.
“É o resultado desse processo de privatização dos anos 1990, onde foram prometidos muitos investimentos privados e que, na prática, não saíram do papel. Os poucos investimentos que feitos na Companhia Estadual de Navegação do Rio de Janeiro, a Conerj, foram com recursos do BNDES, com a concessão de alguns poucos terminais e de barcas. Parte das embarcações tem mais de 60 anos. A concessionária presta um serviço de péssima qualidade”, finalizou.
Ouça a entrevista de Sérgio Ricardo: