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Batista Jr: “BR não se fez representar no banco dos Brics depois de Dilma”

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A escassez de projetos brasileiros com financiamento aprovado pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado banco dos Brics, grupo que congrega Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi motivo de críticas do presidente Jair Bolsonaro na reunião de cúpula dos líderes do bloco na última semana, em Brasília.

 

O político do PSL lembrou que dos 45 programas que tiveram a chancela do banco, apenas seis são de proposição do país. Estes aportaram para nossa economia R$ 1,4 bilhão em áreas como logística, infraestrutura, transportes e sustentabilidade.

 

Conhecedor dos procedimentos adotados pela instituição financeira por ter ocupado o cargo de vice-presidente anos atrás, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. ressaltou que a situação de desprestígio do Brasil se deve a uma falta de representatividade após as gestões petistas no Palácio do Planalto.

 

“Acredito que parte da responsabilidade por esse desempenho ruim está do lado do Brasil porque o país passou por uma crise econômica e política muito profunda desde o início das operações do banco, não se organizou bem. Não se fez representar no banco principalmente a partir do governo Temer e no de Bolsonaro também, não tem apresentado seus projetos de maneira adequada e o banco, por sua vez, se organiza mal, está muito dominado por preocupações com a Ásia. A maior parte dos empréstimos é para Índia e China”, citou.

 

A conjunção de fatores em desfavor do país é ampliada por uma organização fiscal que prejudica o financiamento de iniciativas para melhorar a infraestrutura nacional, na opinião de Paulo Nogueira.

 

“Uma dificuldade específica é que o Brasil tem uma restrição fiscal muito severa, então não teve sentido, nem condições de dar garantia aos projetos que são submetidos ao banco, e o banco, por sua vez, tem operado muito lentamente inclusive no que diz respeito à atuação sem garantia soberana. O banco atuando mal, muito tímido, e o Brasil sem condições de dar garantias dificultaram a aprovação de projetos”, relatou.

 

Outro episódio que marcou o encontro dos representantes dos Brics foi uma tentativa de aproximação entre Brasil e China. O ministro da Economia Paulo Guedes chegou a citar a possibilidade de se estabelecer uma zona de livre comércio entre os dois países, o que preocupou a indústria nacional.

 

O ex-vice-presidente do NBD destacou a movimentação das duas economias para estreitar os laços, visto que os asiáticos se configuram como o maior parceiro comercial do Brasil. O posicionamento ideológico de Jair Bolsonaro alinhado com os Estados Unidos parece que passa a desconsiderar as relações financeiras.

 

“Há uma inflexão das relações Brasil e China no sentido da aproximação, isso vem dos dois lados. De um lado, a China continua dando grande importância ao Brasil, está interessada em garantir que a relação entre os países não seja prejudicada por problemas derivados de um excesso de aproximação do Brasil com os Estados Unidos. Por sua vez, o governo Bolsonaro está percebendo finalmente que não vale a pena fazer concessões unilaterais a ninguém e buscar açodadamente um alinhamento automático com os Estados Unidos, isso não está rendendo frutos. Nesses primeiros meses de governo, foram sucessivas decepções da relação supostamente privilegiada com os Estados Unidos”, lembrou.

 

Ouça a entrevista de Paulo Nogueira Batista Jr.:

 

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