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“Bolton se tornou disfuncional para Trump”, observa Bernardo Kocher

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A demissão do conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos John Bolton pelo presidente Donald Trump na última segunda-feira (10) provocou surpresa para muitos analistas de política externa mundo afora.

 

Não para o professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF) Bernardo Kocher. Considerado até então o homem-forte do governo estadunidense, Bolton enfrentou alguns desgastes, ironicamente, por conta de seu perfil belicista, o que poderia dificultar a tentativa de reeleição do mandatário.

 

“Era um pouco esperada [a demissão]. Bolton veio falando coisas que não estavam na campanha do presidente. Trump é mais isolacionista que intervencionista, aspira mais organizar a casa, desorganizando a dos outros. Então o Bolton apareceu como uma solução, mas os atritos entre ele e a administração do Trump e o próprio presidente foram constantes. Ele fazia as coisas do jeito dele, intervinha sem pedir autorização”, disse o historiador.

 

“Muito provavelmente o presidente Trump vai desejar uma política de pressão, mas não de invasão, intervenção, cujos resultados já se sabe pelo Afeganistão, pelo Iraque e pela invasão que houve acho que na Etiópia, massacre das tropas americanas com rebeldes. Tudo isso é muito caro, muito custoso, de resultados muito difíceis. Então ele [Bolton] se tornou disfuncional nesse momento da pré-campanha eleitoral norte-americana”, prosseguiu Kocher.

 

Já no Reino Unido, o primeiro-ministro recém-empossado Boris Johnson vem enfrentando uma série de dificuldades para pôr em prática seu plano de deixar a União Europeia de qualquer forma, ainda que sem um acordo com o bloco econômico.

 

Após anunciar a suspensão das atividades do Parlamento britânico a partir de ontem (10), o premier viu os deputados aprovarem na última semana um projeto que impede o Brexit sem um consenso que regule a releção futura entre os países. Além disso, também votaram contra a realização de novas eleições gerais em 15 de outubro, em nova derrota para o sucessor de Theresa May.

 

O professor da UFF lembrou que a saída do Reino Unido da União Europeia contou com apoio ‘artificial’ dos britânicos, visto que a margem de aprovação foi mínima e a votação muito influenciada pelo fenômeno das fake news, que vem ocorrendo no mundo inteiro.

 

“O Parlamento do Reino Unido ainda é eleito na base antiga, onde a maioria não é favorável ao Brexit, então se criou um conflito sem fim com o Partido Conservador, uma ala mais à direita. Essa situação criou um vazio e uma impossibilidade de resolver o problema por acordo, e minha impressão é que os deputados que lá estão, que já evitaram duas tentativas de convocação de eleição, estão tentando jogar o problema para um novo plebiscito porque são muitos aspectos econômicos e sociais envolvidos na saída da Inglaterra”, declarou.

 

Ouça a entrevista de Bernardo Kocher:

 

 

Entrevista em 11.09.2019

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