Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

“China não tem DNA imperialista”, diz docente no Dia Nacional do país

Compartilhe:
china_1170x530

A ascensão meteórica da China no plano internacional, desafiando a hegemonia da superpotência econômica e militar dos Estados Unidos, se iniciou após o término de uma guerra civil, com a predominância do Partido Comunista diante dos nacionalistas, e a fundação da República Popular, que neste dia 1º de outubro celebra seus 70 anos.

 

As comemorações envolvem vultosos desfiles militares na capital Pequim, mas também colocam os chineses diante de um questionamento do mundo provocado pelo seu próprio avanço: como coordenar o crescimento para se tornar a principal potência global?

 

Para o professor de Economia Política do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília Marcos Cordeiro Pires não há interesse dos asiáticos em ocupar o papel exercido pelos estadunidenses desde o fim da Guerra Fria.

 

“A China ficou grande e forte, busca hegemonia mundial, busca suplantar o papel que os Estados Unidos possuem na ordem internacional e a resposta dos próprios chineses é não. Há uma disparidade muito grande de poder entre Estados Unidos e China. Os Estados Unidos tem pelo menos cinco vezes mais gastos militares que a China. A China tem uma moeda que está se internacionalizando, mas 80% do comércio mundial e das transações financeiras são feitas ainda em dólares norte-americanos”, ressaltou.

 

O docente fez questão de lembrar também a predominância do país de Donald Trump no desenvolvimento de novas tecnologias em suas universidades, ainda que admita o protagonismo chinês na gestação da internet 5G, considerada uma revolução nas comunicações pelos especialistas.  Além disso, a cultura anglo-saxã e o idioma colocam os Estados Unidos à frente.

 

Mesmo que estes fatores conjunturais dificultem a ascensão chinesa no curto prazo, Pires avaliou que a falta de interesse do país asiático se deve a experiências anteriores de um de seus principais aliados no cenário geopolítico.

 

“Também não há intenção da China porque ela aprendeu bastante com a União Soviética, particularmente sobre o custo enorme de iniciar uma corrida armamentista, ou seja, gastar demais. Isso significa tirar dinheiro, tirar energia e diminuir a própria qualidade de vida do povo chinês, já que o objetivo é chegar em 2049, quando completar 100 anos da República Popular da China, como um país plenamente desenvolvido. A China não tem um DNA imperialista, agressivo”, comentou.

 

Ouça a entrevista de Marcos Cordeiro Pires:

 

 

Entrevista em 01.10.2019

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores