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CUT considera greve geral como ‘representativa’ e avalia novos atos

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A greve geral realizada na última sexta-feira (14) por centrais sindicais de todo Brasil teve avaliação distinta de setores da sociedade. Enquanto alguns lamentaram o alcance restrito das paralisações em determinadas categorias importantes para o sucesso dos atos, outros comemoraram as mobilizações nas ruas e piquetes de trabalhadores em fábricas.

 

É o caso do diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro, confederação orgânica da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marcello Azevedo. Ele ressaltou que o movimento organizado atendeu suas previsões diante do quadro dos profissionais brasileiros.

 

“A gente fez uma greve bastante representativa. Acho que era o possível fazer nessa situação do país hoje, de alto desemprego, mas foi um bom exercício. Vamos conseguir outras coisas daqui para frente porque a situação da classe trabalhadora piora a cada dia com esse governo. Essa grande manifestação aponta para o futuro mobilizações no sentido de reverter essa situação caótica”, ponderou.

 

A principal ausência no movimento grevista se deu entre os profissionais de transportes em todo país. Poucos sindicatos de rodoviários, ferroviários e metroviários conseguiram convencer os trabalhadores da necessidade da greve. O dirigente da CUT culpou o nível elevado de terceirização do setor.

 

“Tivemos um problema concreto que não conseguimos parar os transportes porque há categorias formais que não optaram por fazer greve, estão muito desarticulados, são categorias cada vez menores. Por exemplo, os ferroviários têm um sindicato de muita debilidade por causa da alta terceirização, cada vez com menos trabalhadores formais. Essa terceirização, de certa forma, enfraqueceu algumas categorias. Não conseguimos parar como a gente queria os ônibus porque também enfrentamos a máfia patronal, eles usam todo tipo de expediente, inclusive segurança armada”, relatou.

 

Em outros casos, a Justiça atuou para intimidar o movimento grevista: “Em São Paulo e Minas Gerais, alguns sindicatos foram ameaçados com multa na casa de R$ 1 milhão, isso dificulta bastante a paralisação. Mas achamos que, mesmo com todo esse aparato repressivo, nós fizemos uma boa mobilização, que temos de melhorar um pouco para a próxima”.

 

As centrais sindicais farão reuniões no decorrer da semana para avaliarem de maneira precisa os resultados da greve geral e organizar os próximos passos na luta contra a reforma da Previdência.

 

O fato grave nas paralisações aconteceu em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde um carro avançou contra manifestantes e atropelou cinco pessoas, entre estudantes e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF).

 

“Parece que já localizaram o veículo e estão procurando o responsável. É uma cultura que infelizmente surgiu na sociedade que as pessoas acham que arma resolve os problemas. Isso foi alimentado dia a dia pelo ódio, pela intolerância, é apenas mais um exemplo da sociedade doente em que a gente vive”, lamentou Azevedo.

 

Ouça a entrevista de Marcello Azevedo na íntegra:

 

 

Entrevista em 17.06.2019

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