O primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro na Presidência sequer se encerrou e o processo sucessório de 2022 já toma conta das discussões na política. Com a anunciada intenção do ex-capitão do Exército em concorrer à reeleição, alguns candidatos já se colocam no campo opositor. Um deles é o ex-presidente Lula, apesar de estar impedido de pleitear o Palácio do Planalto pela Lei da Ficha Limpa.

O petista tem dito em discursos após sua saída da prisão que a única forma de se derrubar o político, agora sem partido, do cargo máximo da República é nas próximas eleições, mesmo com todos os malfeitos provocados por Bolsonaro e sua administração ao país.

A tese do ex-presidente não é corroborada pelo dirigente do PSTU Cyro Garcia. Ele afirma que a oposição tem de combater o atual mandatário, denunciando os desmandos e protestando contra sua permanência no posto, tomando como exemplo o que acontece em vizinhos sul-americanos.

“Lamentavelmente uma das declarações do Lula é que ele defende que não tem como derrubar Bolsonaro, que ele foi eleito democraticamente e tem de ser derrubado nas urnas em 2022. Isso, por si só, é uma tragédia. Um governo como esse onde, a cada dia que passa, a classe trabalhadora e os direitos fundamentais sofrem ataques, os direitos humanos, o meio ambiente, o povo negro, é um rosário de tragédias, como vamos dar fôlego para esse governo levar sua agenda até 2022?”, questionou.

“Podemos até não ter condições de derrotá-lo, mas temos de acumular forças no sentido de derrubá-lo não pela via institucional, esperando uma eleição em 2022, mas seguindo o exemplo do que está acontecendo no Chile, na Colômbia, o que aconteceu no Equador, essa tarefa que está colocada para a esquerda. Quando tem os holofotes voltados para ele, Lula dá uma declaração de que o mandato tem de ser preservado”, prosseguiu Cyro.

O militante socialista lembrou que o discurso de continuidade de Bolsonaro na Presidência até o processo eleitoral é conveniente ao Partido dos Trabalhadores, dada a divisão que existe na sociedade atualmente.

“Para o PT, inclusive, interessa essa questão da manutenção do Bolsonaro para manter essa falsa polarização que existe hoje no país de bolsonarismo e lulopetismo, como se o mundo se resumisse a esses dois polos. Ainda que com gradações e diferenças na forma, mas de conteúdos são dois projetos que estão a serviço do neoliberalismo. Foi isso que fez o Lula em aliança com setores da burguesia durante o tempo em que esteve no poder”, criticou.

Cyro Garcia anunciou que lançará, na próxima quinta-feira (05), sua pré-candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSTU. O evento de lançamento acontecerá na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ), que fica na Avenida Passos, 34, no Centro, a partir das 18h30.

Ouça a entrevista de Cyro Garcia: