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David Miranda denuncia ameaças contra sua família: “Mente doentia”

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A barbárie promovida pelos discursos e atitudes de Jair Bolsonaro tem motivado seus seguidores a tentarem intimidar seus opositores. Prova disso são as ameaças sofridas nos últimos dias pelo deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), companheiro do jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, que divulgou os diálogos suspeitos entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da operação Lava Jato, em Curitiba.

 

O parlamentar afirma que recebe mensagens nas redes sociais e por e-mail desde que assumiu, após ser suplente, a vaga deixada por seu colega de partido Jean Wyllys na Câmara Federal. O deputado, homossexual assumido, se viu obrigado a abandonar seu novo mandato e deixar o país depois do recrudescimento do mesmo expediente intimidatório.

 

“Entrei com um processo no dia 13 de março, mas comecei a receber ameaças em fevereiro, quando tomei posse no cargo. O Jean teve de sair do Brasil foragido porque foi sofrendo terrorismo mental. Essa é uma prática de grupos extremistas, falamos de terrorismo em outros países, mas não daquele que acontece no nosso país”, relatou.

 

O político, que tem sua primeira experiência institucional em Brasília, comunicou o fato às autoridades exigindo proteção, algo que foi prontamente atendido pela Casa Legislativa. No teor do conteúdo enviado a David há citações a um crime bárbaro, ainda sem resposta.

 

“Novamente entrei em contato com a Polícia Federal entregando todo esse material, esperando que seja apurado, e o material é de nível horrível, falando sobre a nossa companheira de partido Marielle [Franco], sobre a minha família, que esquartejariam os meus cachorros, uma mente bem doentia”, lamentou o parlamentar.

 

Apesar de ter acionado os órgãos de segurança, David não recebeu informações relativas ao andamento das investigações. Contudo, o deputado confia na eficiência do acompanhamento para que sua segurança e de sua família sejam asseguradas.

 

“Infelizmente ainda não tive nenhum retorno da Polícia Federal, mas acredito que eles vão fazer uma força-tarefa com seriedade nesse momento. O pedido para andar com escolta foi enviado para o Rio de Janeiro, estou aguardando a posição do governador”, disse.

 

O deputado considera que o aumento das manifestações de ódio contra ele e seus familiares tem relação com a exposição das conversas via Telegram entre o atual ministro da Justiça e Deltan Dallagnol. Os textos apontam uma influência direta de Moro no inquérito que condenou o ex-presidente Lula à prisão e o retirou da disputa eleitoral em 2018.

 

Outro instrumento que favoreceu a vitória de Jair Bolsonaro e a consequente nomeação do ex-juiz da Lava Jato na Pasta da Justiça foi citado por David como influenciador das demonstrações de intolerância da extrema-direita. Para ele, o ex-capitão do Exército não deve se sustentar no cargo máximo da República por muito tempo.

 

“A produção de fake news continua a todo vapor, foi feito também no ano passado e é completamente ilegal no nosso país. É muito complicado, não consigo ver o governo Bolsonaro se mantendo, entretanto vejo que a eleição teve uma coisa boa porque foi um divisor de águas, agora podemos ver quem realmente são as pessoas que são LGBTfóbicas, racistas, misóginas na sociedade. Tem uma parcela que é mau caráter mesmo, que temos de nos separar dela, mas, no plural, a população está prestando mais atenção, com mais consciência política”, destacou o político do PSOL.

 

Ouça a entrevista de David Miranda na íntegra:

 

 

Entrevista em 18.06.2019

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