Diante dos processos de transformação que a sociedade vem enfrentando nos últimos tempos, a política não fica de fora e a esquerda talvez seja um dos setores que mais tenha passado por mutações. A ideia fixa da defesa intransigente da luta de classes, da busca pelo fim das desigualdades, foi, de alguma forma, se fracionando à medida que determinados grupos oprimidos passaram a entender que a atuação em prol de suas pautas setoriais afastadas do todo poderiam ter melhores resultados. E acabaram, de um jeito ou de outro, tendo sucesso nessa aposta.

Nos referimos às chamadas pautas identitárias. As mulheres, os negros, os indígenas, os LGBTQIAPN+ conquistam avanços na luta por direitos que lhe foram historicamente negados, ainda que limitados à lógica de uma sociedade burguesa, mas há críticas de militantes, comumente os mais identificados com a causa revolucionária, de que a defesa dessas pautas de forma isolada enfraquece o conjunto das lutas.

Para analisar como o dito identitarismo dialoga com a luta de classes e como podemos aproveitar o acúmulo de forças dos grupos setoriais, o Faixa Livre convidou o historiador, mestrando em Filosofia (UFPE), comunicador e educador popular Heribaldo Maia, e o economista, mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Mauricio Mulinari.

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