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“É a reforma do sistema financeiro”, decreta Gentil sobre a Previdência

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O avanço da tramitação da reforma da Previdência no Congresso continua se dando na velocidade da luz. Ontem (1°), o Senado aprovou em primeiro turno tanto na Comissão Especial, como no plenário, o texto que veio da Câmara dos Deputados. Os senadores apoiaram a proposta da gestão de Jair Bolsonaro por 56 votos a 19.

 

E esta aprovação se dá em meio à polêmica exposta pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre a legitimidade dos cálculos divulgados pela equipe econômica de Paulo Guedes que fundamentaram a reforma. Segundo o parlamentar, o governo forjou dados para enganar a opinião pública.

 

Ciente e denuncista histórica da falta de veracidade das informações relativas a um suposto rombo na Previdência Social, a professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Denise Gentil não crê em uma mudança do quadro provocada pela denúncia.

 

“O que assistimos ontem foi um Senado que desprezou todos os estudos feitos pelos acadêmicos, dentro das universidades, na Unicamp, na UFRJ, que mostram a completa farsa dos números do governo, as manipulações. Todo mundo sabe que o governo ocultou os dados da reforma da Previdência até julho, não tínhamos informação nenhuma como haviam sido feitas as contas do cálculo de economia de recursos, qual seria o impacto para a população mais pobre das novas regras. Inclusive o governo decretou sigilo dessas informações, isso é uma vergonha nacional”, declarou.

 

“As informações que soltaram tanto da minha equipe, que sempre estudou os impactos da reforma, quanto agora do Instituto da Unicamp, revelou as gravíssimas falhas de cálculos, dos dados do governo. A equipe do Paulo Guedes, que é um fracasso total, ao invés de paralisar o Congresso para avaliar os números, de abrir espaço para o debate, o esclarecimento da população, fez o contrário, apressou a aprovação da reforma”, prosseguiu a economista.

 

Após a ratificação do texto principal, o Senado deve votar nesta quarta-feira (02) os destaques, que são as alterações à redação principal sugeridas pelos parlamentares. No documento chancelado ontem pelos senadores, a propalada ‘economia’ às contas públicas será de R$ 870 bilhões, abaixo do estimado pelo governo. No entanto, a Proposta de Emenda Constitucional paralela, que começará a tramitar assim que a reforma for aprovada em dois turnos e inclui pontos polêmicos, retirados da PEC principal, deve elevar esse valor.

 

Denise Gentil pontuou aqueles que serão os principais beneficiados pelas mudanças nas regras da aposentadoria, grupo que tem total apoio do Palácio do Planalto e das elites que comandam tanto o Poder Legislativo, como a grande imprensa.

 

“Essa reforma é do sistema financeiro, dos fundos de Previdência. O governo Bolsonaro colocou na gestão dessa reforma o Paulo Guedes, um homem que desembarcou do mercado financeiro para ser ministro da Economia. O que é uma vergonha é nós aceitarmos isso como se nada fosse. A mídia blindou de todas as formas porque os grandes anunciantes da televisão são o Banco Itaú, o Banco Bradesco, os grandes contribuidores do caixa dessas empresas são os bancos”, lembrou a professora da UFRJ.

 

Ouça a entrevista de Denise Gentil:

 

 

Entrevista em 02.10.2019

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