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Editorial – 02.05.2022

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Tivemos ontem (1º) por todo o Brasil atos em celebração ao Dia do Trabalhador, esta data que merece muita comemoração e reafirmação da luta de classes que se coloca no nosso país. Mas a ocasião ficou marcada também pela polarização entre o ex-presidente Lula e o atual, Jair Bolsonaro, que participaram de atividades com seus apoiadores.

 

O petista esteve presente em um ato pelo 1º de maio na capital paulista, na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. Na ocasião, Lula, além de atacar o ex-capitão e dizer que o Brasil vai eleger alguém melhor que ele presidente da República, fez questão de pedir desculpas aos policiais, que ele havia ofendido sem querer no dia anterior, ao discursar em um evento para mulheres, também em São Paulo, afirmando que “Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial”.

 

Mais do que as falas controversas de Lula, que, aliás, precisa com urgência de uma assessoria para reduzir a quantidade de gafes que ele produz em seus discursos, me preocupou o número reduzido de militantes. Aliás, o ex-presidente precisou atrasar a sua participação, de 13h para as 15h30, por conta da baixa audiência.

 

Enquanto isso, nos atos pró-Bolsonaro, o cenário não foi muito diferente, ainda que, aparentemente, tenham tido mais adesão que os protestos dos opositores, especialmente em São Paulo. O ex-capitão apareceu rapidamente no evento em Brasília, mas não falou para o público, apenas acenou para a sua militância. Em uma gravação exibida nas redes sociais, o chefe do Executivo voltou a apostar no discurso de que há uma luta do bem contra o mal no país, sendo acompanhado pelo general Augusto Heleno, que discursou em um evento em defesa do deputado Daniel Silveira, condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

 

Como esperado, essa turma não desiste de tensionar o quadro, e infelizmente a tendência é de que as ameaças se ampliem até as eleições, em outubro. Para terminar, eu quero fazer um rápido comentário à decisão do PSOL, em conferência eleitoral, realizada em São Paulo no último sábado (30), de apoiar a chapa Lula-Alckmin para a disputa do Palácio do Planalto. Por 35 votos a 25, os delegados do partido aprovaram a aliança programática já em primeiro turno.

 

O placar mostra que há uma divisão interna no partido que não pode ser desprezada, ainda que lideranças importantes, como Chico Alencar e Guilherme Boulos, tenham apoiado a deliberação da maioria. Lidera a ala dissidente o deputado federal Glauber Braga, que fez um discurso inflamado na convenção contra a unidade.

 

Eu acho que está claro para todos nós que, neste momento, o desafio principal é derrotar Jair Bolsonaro nas urnas e impedir que ele implemente seu projeto golpista para seguir no poder. A dúvida é saber se, para isso, é necessário se aliar programaticamente à candidatura de oposição ao ex-capitão, sabendo de todos os compromissos que essa candidatura tem assumido com os neoliberais, que defenderam o golpe em Dilma Rousseff, as reformas que ajudaram a levar o país ao buraco em que se encontra e agora se autodenominam centro democrático. Só o tempo dirá.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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