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Editorial – 03.12.2020

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na noite da última terça-feira (01) a reativação das bandeiras tarifárias nas contas de luz, revogando um despacho do mês de maio onde mantinha as contas em bandeira verde, ou seja, sem custos adicionais para o consumidor até o fim do ano. E a cobrança extra este mês já vem no seu valor máximo, R$ 6,24 para cada 100 kW consumidos, o que representa a bandeira vermelha 2.

 

A diretoria da agência reguladora, por intermédio do relator da proposta Efrain Pereira da Cruz, alegou “afluências críticas” nos principais reservatórios do país, no Sudeste, Centro-Oeste e Sul, além de deterioração nos meses de outubro e novembro, o que teria levado ao acionamento de termelétricas, pressionando o custo de geração de energia no país diante de uma “oferta adversa”.

 

Ainda que a ocorrência de chuvas tenha diminuído nos reservatórios de geração de energia, está na cara que essa medida tem relação direta com o apagão que aconteceu no mês passado em quase todo o estado do Amapá, que durou três semanas. O Ministério de Minas e Energia já havia publicado uma portaria prevendo que todos os consumidores do país pagariam por esse prejuízo provocado por uma empresa privada, a Gemini Energy.

 

Mas não é só isso. O alerta a respeito dessa cobrança extra nas tarifas já era feito lá no mês de setembro pelo engenheiro Roberto D’Araújo em um post publicado em suas redes sociais. Eu vou reproduzir agora aqui neste editorial o que ele escreveu para que vocês entendam exatamente o que a Aneel está fazendo. Ele publicou o seguinte:

 

Você sofreu com a perda de renda provocada pela pandemia? Teve que fechar sua loja? Toda a economia despencou?

 

Pois aguarde sua conta de luz. Ao contrário de outras atividades, as distribuidoras de energia, quase todas privadas e pertencentes a grandes grupos econômicos, vão receber mais de R$ 6 bilhões que você vai pagar.

 

A demanda de energia se reduziu? Claro, como tudo. Mas a ANEEL, agência reguladora amiga das empresas, vai aceitar que a queda de mercado, que todos tiveram que enfrentar, não vale para as distribuidoras. Você paga!

 

Tem mais! As faturas que não foram pagas e que deixam você pendurado até acertar as contas com a empresa, essas também vão ser concedidas às empresas. Se, depois, você acertar as contas, tudo se passa como se ela recebesse 2 vezes. Ou você acha que a ANEEL vai fiscalizar um por um?

 

E tem mais! Isso já aconteceu no Brasil! Lembram do racionamento de 2001? Uma seca meia bomba provocou racionamento recorde no planeta. Como agora, o consumo se reduziu. O que aconteceu? Aumentos de mais de 30% para as distribuidoras.

 

E tem mais! A associação que representa esse grupo econômico ainda faz ameaças! Querem mais compensações e avisam à ANEEL que, se não ocorrerem, não vai haver investimento!! Assim, na cara de pau.

 

A Agência Internacional de Energia já avisou. O Brasil é o vice-campeão de preços caros de eletricidade. Conseguiram fazer isso num país com 70% de energia de rios!!

 

Esse é o Brasil que você vive. Se fosse só esse absurdo, seria tranquilo, mas a lista é infinita, portanto, prepare-se para pagar”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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