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Editorial – 04.03.2021

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O tombo do Produto Interno Bruto do nosso país em 2020, anunciado ontem pelo IBGE em 4,1%, o maior da história, foi um pouco melhor do que as expectativas dos economistas, dada a pandemia de Covid-19 que nos afetou e segue provocando milhares de mortes no Brasil.

 

O problema é que a total incapacidade do Governo Federal em lidar com as finanças públicas, com a manutenção das condições de vida e de saúde dos brasileiros, faz com que 2021 tenha começado muito pior do que o esperado. O recorde diário de óbitos pela Covid-19, graças principalmente ao desprezo do presidente pelas medidas de proteção contra o novo coronavírus, a falta de vacinas para imunizar a população, obriga governadores a adotarem medidas mais restritivas de circulação de pessoas, o que afeta diretamente a atividade econômica.

 

Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria já avisou que a cidade entrará na fase vermelha da quarentena por duas semanas a partir de sábado. O que não dá para entender nessa estratégia é que as escolas do estado seguirão abertas para aulas presenciais, um total absurdo. De toda a forma, o Brasil, que caiu para o posto de 12ª economia do mundo, tende a seguir em queda livre em 2021, ano que será de recuperação para os principais países. Esse resultado evidentemente é potencializado pelas escolhas erradas da política econômica comandada pelo ultraliberal Paulo Guedes, que preferiu deixar os brasileiros à míngua do que ampliar a dívida pública para garantir condições de vida dignas a todos e, por consequência, manter o mercado minimamente aquecido.

 

A respeito dessa disputa entre o Governo Federal e os estados que citei anteriormente, eu gostaria de fazer a leitura da coluna do jornalista Bernardo Mello Franco, publicada ontem pelo jornal O Globo. O título do texto é “O levante dos governadores”:

 

Depois de atirar contra o Congresso, o Judiciário e a imprensa, Jair Bolsonaro voltou a culpar os governadores pelo descontrole da pandemia. No domingo, o presidente atiçou sua matilha virtual com números distorcidos. O ministro Fábio Faria completou o serviço. Tuitou que os estados tiveram “tempo e dinheiro sobrando” para conter a tragédia.

 

As contas do capitão estavam turbinadas. Ele somou repasses obrigatórios, verbas do Fundeb e até royalties do petróleo destinados aos estados. Num dos truques de ilusionismo, Bolsonaro disse aos eleitores que o Espírito Santo recebeu R$ 16,1 bilhões de Brasília. Os repasses extraordinários não passaram de 10% disso, esclareceu o governador Renato Casagrande.

 

Além de não entregar as vacinas prometidas, a União deixou de financiar cerca de nove mil leitos de UTI desde dezembro, segundo os secretários de Saúde. O dinheiro sumiu no momento em que os hospitais voltaram a lotar. No fim de semana, a ministra Rosa Weber ordenou a liberação dos repasses a três estados. Ainda é pouco para desarmar a sabotagem em escala nacional.

 

A provocação de Bolsonaro é tosca, mas aumentou a pressão sobre os governadores. Ontem dois deles se deixaram envolver num bate-boca rasteiro. Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, acusou Ronaldo Caiado, de Goiás, de ter ‘problemas psiquiátricos’. Ouviu de volta que “só pensa em negociatas”. Ambos são aliados do Planalto.

 

A estratégia de dividir para conquistar ajudou Bolsonaro a vestir a faixa. Ao exagerar na dose, ele arrisca enfrentar um levante inédito. Diante de uma oposição inerte, os governadores começaram a ensaiar uma união para enquadrar o Planalto.

 

Na segunda, 19 deles acusaram o presidente de fabricar “informação distorcida” para “atacar governos locais”. Entre os signatários da carta, estão três bolsonaristas. O texto foi redigido pelo gaúcho Eduardo Leite, que votou no capitão e agora diz que ele ‘despreza a sua gente’”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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