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Editorial – 07.10.2021

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No tempo escasso que me sobrou para o editorial de hoje, eu gostaria de citar uma questão rápida. Essa revelação feita pelo jornal Folha de S. Paulo de que uma estagiária do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski seria informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, conforme dados coletados pela Polícia Federal durante a quebra do sigilo telefônico do jornalista na investigação dos inquéritos das fake news e da atuação de uma organização criminosa digital contra a democracia

 

Esse documento reúne conversas entre o jornalista que publica conteúdo no site Terça Livre e Tatiana Garcia Bressan, que datam de 23 de outubro de 2018 a 31 de março de 2020. Essa funcionária teria trabalhado com o magistrado do STF entre julho de 2017 e janeiro de 2019.

 

A ex-estagiária é que teria tomado a iniciativa de buscar contato com o blogueiro, mostrando interesse em trabalhar no gabinete da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). Sabendo da função que Tatiana desempenhava no Supremo, Allan sugere “fique como nossa informante lá”, obtendo como resposta um “será uma honra. Estou lá”. Nessa mesma conversa, o bolsonarista questiona o que a ex-estagiária via de mais espantoso no gabinete do ministro.

 

Ela, então, diz que “eles decidem o que querem e como querem” e completa: “algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro”. Agora, um diálogo estarrecedor entre os dois teria se dado quando a ex-estagiária de Lewandowski apontou que o general Eduardo Villas Bôas, aquele mesmo que ameaçou o Supremo em 2018, antes da votação de um habeas corpus do ex-presidente Lula que poderia colocá-lo de volta na disputa presidencial à época, “tem trânsito com quase todos os ministros”.

 

Tatiana teria citado também o episódio em que o militar teria indicado um outro general para assessorar o ministro Dias Toffoli na Presidência da Corte, em 2018. Esse senhor é nada mais, nada menos que Fernando Azevedo e Silva, que foi ministro da Defesa até o último mês de março no governo Bolsonaro. A ex-estagiária grifa, inclusive, que Toffoli não falava mais em ditadura, mas em “movimento de 64”.

 

Os envolvidos, evidentemente, negaram as acusações, mas esse caso deixa uma coisa muito clara: a influência do bolsonarismo no STF, seja por intermédio de informantes, seja na relação do general Villas Bôas, citado por Bolsonaro no discurso de posse como um dos responsáveis pela sua vitória eleitoral, com os magistrados. A cada dia que passa, a cada revelação que surge, a nossa República mostra-se ainda mais apodrecida. Eu sinto o cheiro daqui, e vocês, ouvintes?

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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