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Editorial – 08.12.2021

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Eu já havia preparado o nosso editorial para o programa de hoje, mas no fim da noite de ontem (07), li um artigo escrito pelo embaixador da China no Brasil Yang Wanming e publicado pelo jornal O Globo, que tem o título “O ‘neocolonialismo’ disfarçado de democracia”. Ele diz o seguinte:

 

No passado, os colonizadores ocidentais saqueavam recursos e riquezas, impunham religião e cultura e destruíam brutalmente civilizações tradicionais ao redor do mundo, deixando uma página sombria na História da humanidade.

 

No século XXI, o colonialismo e o hegemonismo continuam a resistir aos avanços da nossa era. Certos países estão obcecados pela ideia de ‘superioridade civilizacional’, engajam-se em grupos hegemônicos sob o pretexto da democracia, tentando ditar o progresso mundial, seguindo uma agenda própria, e consagrar seus valores como único critério universal. Usar a ‘democracia’ para praticar a hegemonia é uma violação dos valores democráticos e, em essência, constitui um ‘neocolonialismo’.

 

O neocolonialismo está bem presente. Tenta implementar o neomonroísmo na América Latina. Plantou ‘revoluções coloridas’ na Eurásia e instigou a ‘Primavera Árabe’ no Oriente Médio. Entre seus efeitos, há atentados à soberania nacional, confrontos entre diferentes religiões e culturas, escalada de hostilidades regionais e tumultos sociais, assim como numerosas crises humanitárias. Sob o disfarce de democracia, o ‘neocolonialismo’ é a origem de muitas turbulências no mundo de hoje.

 

A História e a realidade demonstram que o ‘padrão democrático’ não passa de desculpa usada por certos países para promover o ‘neocolonialismo’, além de uma ferramenta para alcançar seus interesses estratégicos. O uso de meios desprezíveis, como infiltração e opressão, intervenção militar, subversão política e sanções econômicas a fim de promover uma ‘transformação democrática’ noutros países é, por si só, uma traição aos valores da democracia. Com a convocação da Cúpula dos Líderes sobre Democracia, os Estados Unidos julgam os méritos da democracia dos outros países por seus próprios parâmetros e tornam a democracia uma arma para dividir o mundo em blocos confrontantes.

 

A democracia é um valor comum de toda a humanidade, e não um privilégio de determinado país. Com diferentes percursos históricos, os países têm culturas, sistemas sociais e valores diferentes, e não será possível existir uma única forma de praticar a democracia. Da mesma forma, cabe ao povo de cada país avaliar a qualidade da democracia aplicada pelo Estado. Enquadrar todos os países num único modelo, ou até usar a força para impor o próprio modelo democrático, só conseguirá prejudicar a diversidade civilizacional e cultural do mundo.

 

A China sempre desenvolve a democracia socialista, ou seja, uma democracia popular em todo o processo, cobrindo todos os aspectos democráticos, como eleições, consultas políticas, tomada de decisões, governança e supervisão. O povo chinês tem garantido por lei o direito de votar e participar da gestão do Estado, desfrutando amplos, reais e efetivos direitos democráticos. Nos assuntos internacionais, a China defende a construção de uma comunidade global de futuro compartilhado, bem como os valores comuns de humanidade de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade. Respeita o direito de cada nação a explorar e desenvolver uma via de democracia de forma soberana, advoga a democracia e o Estado de Direito nas relações internacionais, além de combater toda forma de hegemonismo e política de poder.

 

Numa época em que se sobrepõem mudanças sem precedentes nos últimos cem anos e a pandemia do século, todos os povos, mais do que nunca, são interdependentes, e seus destinos estão interligados. A China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para resistir às práticas de falsa democracia, que abrem o caminho para o neocolonialismo, preservar os valores comuns de toda a humanidade e levar adiante o progresso humano”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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