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Editorial – 09.04.2021

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O presidente Jair Bolsonaro tem tentado nos últimos dias passar a falsa imagem de que o grande capital está fechado com o seu governo, que tem o apoio irrestrito daqueles que comandam a grana no país. Na quarta-feira (07), ele se reuniu com meia dúzia de empresários e banqueiros que ou rezam pela sua cartilha ou vivem a assediar do governante de plantão, e foi aplaudido diante de 340 mil caixões de brasileiros vítimas da pandemia.

 

Se engana quem acha que o ex-capitão goza de prestígio pleno. Eu vou passar à leitura de um texto escrito pelo jornalista Milton Temer e publicado nas suas redes sociais, onde ele comenta a respeito da divisão que existe entre os que detêm o poder econômico no país. Diz o Milton:
Rede Globo e Itaú, de um lado. Bradesco, Safra e BTG, com cobertura de SBT, do outro. Os maganos do grande capital estão divididos.

 

A tropa que opera sob Trabuco do Bradesco é a linha bolsonarista da burguesia. Quer retomar as atividades a qualquer preço, defendendo a privatização de vacinas no processo fura-filas com legalização sendo encaminhada por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Operam no apoio ao militarismo-miliciano ora ditando regras na Esplanada dos Ministérios. São os financiadores das bancadas da bala, da bíblia e do agronegócio tóxico.

 

A tropa do Itaú, com cobertura da Globo, tem acordo com os bolsonaristas no relançamento, e se possível estabelecendo como lei permanente, da MP que autorizou temporariamente a redução de jornadas e de salários. Tem acordo na radicalização das contrarreformas antissociais e pró-grande capital, para além de desmonte e privatização da Petrobras e do Banco do Brasil. Mas diverge da retórica e dos métodos. Considera não ser necessário haver aprofundamento do golpe que, junto com a tropa do Bradesco, já propiciaram com a eleição manipulada de 2018. São os financiadores dessa escrachada direita dissimulada em “centro”, para a qual alguns protagonistas do campo da esquerda eleitoral não se vexam de estender tapetes vermelhos, e oferecer vassalagem.

 

Diante disso, a Esquerda combativa, anticapitalista, não pode se manter imóvel. Não pode se manter no plano do “possível”, abrindo mão da disputa ideológica de grande parte da população – tirante, aí, aquela parte menor, fanatizada pelo terraplanismo e pelo reacionarismo – que não se sente representada por nenhuma das duas vertentes que a mídia dependente de verbas oficiais ou da publicidade das grandes corporações tenta impor como polos exclusivos da possibilidade de poder neste Pindorama.

 

Não é buscando aproximação com os “civilizados” que vai ajudar o mundo do trabalho a se livrar dos toscos protofascistas. Muito pelo contrário, porque com uns ou com outros, estaremos com inimigos nos atacando. É indo à luta, via seus partidos, seus movimentos sociais, seus parlamentares que operam corajosamente em ambientes institucionais profundamente poluídos, que a esquerda transformadora pode furar os espaços controlados pelo grande capital e avançar com reformas estruturais a favor do campo do trabalho.

 

O cenário internacional está muito melhor hoje, do que em 2018. Principalmente nas vizinhanças de nossas fronteiras continentais. Na Bolívia, no Equador, no Chile, na Argentina, para além da Venezuela, a direita reacionária está em declínio, quando não emparedada. Já não há Trump, e a China se impõe sobre o ódio e a aversão ideológica deste governo militar-miliciano.

 

Não é pouca coisa, e é por aí que devemos encontrar o estímulo para retomar o que foi perdido nas sequelas da conciliação de classes durante o governo em que o popular e o democrático tiveram oportunidade histórica de impor valores permanentes, por cima de um assistencialismo de curto prazo.

 

Luta que segue, portanto, pois a História vai voltar a estar do nosso lado”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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