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Editorial – 10.01.2020

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No final do governo Fernando Henrique, quando a crise econômica era muito forte, em um determinado final de ano, em 2001, as manchetes econômicas bombaram. Todos afirmaram que naquele Natal haveria uma verdadeira reviravolta no quadro econômico nacional. Qual o quê, quando os resultados das vendas saíram em 2002, principalmente daquele dezembro, ficou claro, havia, na verdade, uma profunda crise. Houve muito lojista que se manifestou na época, de alguma maneira, reclamando da cobertura jornalística porque, para muitos, naquele momento, em novembro e dezembro de 2001, existia um problema que era central de cada lojista, afinal de contas se as manchetes bombavam, por que as lojas não vendiam?

 

Quando os resultados saíram, evidentemente os lojistas ficaram, de alguma maneira, consolados. A rigor, era a tal da propaganda jornalística que muitas vezes obedecem muito mais a uma lógica da política do que da realidade. Porque eu me recordo a respeito desse ponto? Por que agora, nesse final de ano, nós assistimos a um show de notícias, todas alvissareiras, sobre a tal da recuperação econômica, mas qual o quê, novamente, o que temos observado agora que os dados começam a sair, e ontem o IBGE soltou os dados relativos à produção industrial de novembro, eles estão muito distantes do otimismo destilado pelas editorias de Economia nos jornais, telejornais da mídia dominante.

 

Vejam bem, a produção industrial em novembro do ano passado caiu 1,2% em relação a outubro. O resultado foi influenciado principalmente pelo recuo no segmento de veículos, a queda foi de 4%, e o pior para o mês desde 2015. Em relação ao mesmo período do ano anterior, novembro de 2018, a retração foi de 1,7%. Mais grave ainda, de janeiro a novembro, o índice de produção industrial acumulou uma queda de 1,1%. Se formos olhar os 12 meses encerrados em novembro do ano passado, o recuo é ainda maior, 1,3%.

 

O que isso significa? Significa que continuamos na crise econômica com uma estagnação, podemos dizer, que compromete a geração de empregos, a perspectiva de crescimento econômico e compromete, principalmente, as perspectivas de um padrão de vida melhor para a população brasileira. Por isso, mais do que nunca, alertamos que é necessário ter muito cuidado ao lermos as manchetes e as informações que são veiculadas pelos jornais da mídia dominante no seu dia a dia, principalmente nos telejornais. Esse noticiário obedece muito mais a uma lógica política, de respaldo ao tal programa de contrarreformas de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro do que propriamente aos interesses da economia brasileira e muito menos dos trabalhadores brasileiros.

 

Por isso, mais do que nunca, é necessário que estejamos atentos, estudando, procurando fontes de informação que sejam dignas de confiança e, acima de tudo, nos preparando para a luta. Aliás, o tema do debate desta sexta-feira do Faixa Livre, o primeiro debate especial do ano no nosso programa, versará justamente sobre as perspectivas do governo Bolsonaro nesse ano que se inicia, mas principalmente olhando a capacidade dos trabalhadores em reagir a um processo que cada vez vai se tornando mais nocivo, mais prejudicial e acarretando problemas gravíssimos na sociabilidade brasileira e no dia a dia de cada um de nós.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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