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Editorial – 10.06.2022

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O vale-tudo que o presidente Jair Bolsonaro tem produzido no nosso país nos últimos tempos provoca preocupação naqueles que temem pela manutenção da ordem democrática burguesa no nosso país, mas o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC Gilberto Maringoni traz palavras de esperança pra gente no artigo que ele publicou ontem (09) nas suas redes sociais e que tem o título “Xepa, fase superior do bolsonarismo”. Ele escreve o seguinte:

 

O bolsonarismo entrou na fase – ou no modo – xepa e aumentará exponencialmente sua agressividade até outubro. O bolsonarismo, como se sabe, não é apenas Bolsonaro. Trata-se daquela gosma social composta pelo chefe, seu clã, seu ministério, a escumalha fardada que o rodeia, os espertalhões que a mídia insiste em denominar de “empresariado”, pastores inescrupulosos, o centrão, parcelas do judiciário e milícias variadas.

 

O MODO XEPA é o fim de feira do lumpesinato no poder. É acionado diante da constatação da quase inevitabilidade da derrota, caso as regras do jogo sejam mantidas.

 

O MODO XEPA é diligentemente seguido por Artur Lira ao colocar em votação, às pressas, escândalos como a venda da Eletrobrás, a admissibilidade da penhora do imóvel único, a admissão do desmatamento ilegal, as patranhas para se empurrar a alta dos combustíveis no colo dos governadores e coisas afins, tudo regado a orçamento secreto.

 

O MODO XEPA está também na lassidão do Exército em iniciar imediatamente buscas na Amazônia, diante do desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. Encontra-se a xepa na escória abrigada na Associação Comercial do Rio de Janeiro que aplaude a faz piadas ao ouvir esgares do führer de todas as milícias, que ameaça fechar o STF. Parcelas do judiciário contribuem com o modo xepa e cedem – gostaria de saber os motivos – aos argumentos dos planos de saúde para restringirem atendimentos. O modo xepa é a indiferença frente à fome endêmica e às dores de nosso povo. A xepa é abjeta, nauseabunda e repugnante.

 

O MODO XEPA compreende a baderna, a mazorca, a brutalidade, o terror e o assassinato em série. O modo xepa envolve a possível ação de bandos armados cometendo todo tipo de ataques sangrentos, muito maiores que as atuais.

 

POREM – PORÉM! – O MODO XEPA é uma enorme emissão de recibo para a virada de ventos no país.

 

O MODO XEPA é a indicação de que as tentativas de golpe vão avançar, mas é, ao mesmo tempo, sinal de seu contrário, de que uma tentativa de se virar a mesa pode terminar em merda (que atingirá a todos, é certo, apesar de estar na cara ser insustentável). O modo xepa entra em parafuso quando o STF toma tento e cassa um gângster que espalhava mentiras para gáudio de sua base apoplética.

 

O MODO XEPA não tem plano, projeto ou roteiro. O modo xepa é o pé na porta, é virar o país de pernas para o ar para ver no que dá. O modo xepa busca disseminar o cagaço para ver se alguma coisa cola.

 

O MODO XEPA é espalhafatoso, mas também é frágil. O modo xepa se escancara no momento em que eles temem até mesmo a divulgação de pesquisas, como as pressões sobre a XP – um banco! – demonstram.

 

Por isso o modo xepa pode ser enfrentado, sem voluntarismos, mas também sem medo.

Chega dessa história de que “o Brasil acabou”, que “eles venceram”. Eles não ganharam o essencial. Há muita disputa pela frente”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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