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Editorial – 10.10.2019

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A razia sobre o setor público continua em curso. Além do ataque à seguridade social e, particularmente, às regras atuais da Previdência, o Banco Mundial agora pressiona o governo brasileiro para uma reforma administrativa com um objetivo claro: reduzir o volume de despesas com o pagamento de vencimentos aos servidores.

 

Estudo apresentado nesta quarta-feira sugere a aplicação de ações como a redução de rendimentos iniciais dos servidores, a aproximação dos salários aos praticados pelo setor privado e a aplicação efetiva de avaliação de desempenho para a progressão de carreira, estudo feito pelo Banco Mundial. Na avaliação da entidade, que realizou estudo a pedido do governo brasileiro, o país está diante de uma janela de oportunidade que pode levá-lo à maior eficiência no gasto público com pessoal desde que faça uma reforma estrutural.

 

Na verdade, esse é mais um componente da estratégia de redução do Estado. O Estado brasileiro já é bastante deficitário em termos da contratação de pessoal, essa é uma verdade que os liberais não gostam de tocar, muito pelo contrário, isso é objeto, na verdade, de muita manipulação e mentira. Hoje temos cerca de 11,5 milhões de servidores nas três esferas, da União, dos estados e dos municípios.

 

Isso dá uma relação com a população brasileira muito baixa. Temos cerca de 6% da população, ou menos do que isso, empregada no setor público. Se formos olhar outros países, inclusive que defendem a plenitude da iniciativa privada na economia, nós observaremos que esse percentual é muito mais elevado. Além disso, basta olharmos a prestação de serviços para a população. Nos hospitais, faltam profissionais de saúde desde médicos, até fisioterapeutas, enfermeiros, dentistas, etc.

 

No setor da educação, faltam professores, inspetores, merendeiras, todo tipo de profissional, que deveria ter um lugar certo no setor público para incrementar a assistência à educação para a nossa população, mas os liberais preferem, com apoio da mídia dominante, bater em uma tecla contrária, que há um peso excessivo de servidores no Estado brasileiro e, principalmente, que isso resulta em muitos gastos. É falso.

 

Isso não significa que não haja deformações, principalmente no setor Judiciário e no setor Legislativo. O Executivo, que seria o principal instrumento do governo para ações diretas junto à população é extremamente carente. Portanto o que temos a declarar é que esse estudo do Banco Mundial é completamente irresponsável, contudo ele é funcional para o tipo de ajuste que está em curso na sociedade brasileira e na nossa economia, um ajuste que visa nos fragilizar ainda mais frente aos interesses financeiros e das grandes corporações.

 

É nesse sentido que devemos entender não só esse estudo do Banco Mundial, mas esse conjunto de ataques que nesse momento se dirigem ao Estado brasileiro. O temo dessa gente é que nós venhamos a ter no Brasil um Estado que proteja a população, e proteja justamente das pressões do mercado financeiro e das corporações internacionais. Esse é o grande temor daqueles que hoje detêm o poder no Brasil.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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