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Editorial – 11.03.2021

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Ontem (10) o ex-presidente Lula fez seu primeiro pronunciamento público após a decisão do ministro do Supremo Edson Fachin que anulou suas condenações pela operação Lava Jato e devolveu a ele os direitos políticos. O petista fez um longo discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e depois respondeu a perguntas de jornalistas.

 

Como era de se esperar, o petista comemorou a medida tomada pelo magistrado do STF, atacou a operação Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, se dizendo “vítima da maior mentira jurídica em 500 anos de história do país”, condenou o conluio político-jurídico-midiático armado contra ele, tendo como alvo especialmente as Organizações Globo, exaltou os feitos dos seus oito anos de governo, além de, evidentemente, criticar e ridicularizar a gestão de Jair Bolsonaro, com foco no combate à pandemia.

 

Apesar de afirmar que não é hora de se discutir uma eventual candidatura sua para a Presidência, o político deixou claro que será sim o nome do PT para a disputa do Palácio do Planalto no ano que vem e garantiu que o partido não teme a polarização que deve se dar com o ex-capitão do Exército.

 

Além disso, ele defendeu uma frente ampla para debater os temas candentes do país, como a compra de vacinas, o desemprego, a retomada do auxílio emergencial, mas disse que ainda é cedo para construções políticas visando as eleições presidenciais. No entanto, ele fez uma crítica frontal a Ciro Gomes, indicando que ele deve ter “responsabilidade e respeito pelas pessoas” e que precisa se reeducar pois se acha “professor de Deus”.

 

Ele aproveitou também para dar um recado ao mercado, ressaltando que não defenderá a retórica rentista e que deve desfazer o processo de desmonte da Petrobras, exaltando o papel do trabalhador brasileiro, mas que os investidores não devem ter medo dele, pois já conviveram por 13 anos com o PT no poder.

 

Uma das jornalistas presente à coletiva lembrou uma carta ameaçadora divulgada pelo Clube Militar e assinada pelo general reformado Luiz Eduardo Rocha Paiva, que classificou a decisão de Fachin como nefasta e que o país chegará “ao ponto de uma ruptura institucional e que as Forças Armadas serão chamadas pelos próprios Poderes da União, como reza a Constituição”.

 

Lula se saiu dizendo que não pode levar a sério um posicionamento do Clube Militar, mas que se preocupou com as ameaças do general Eduardo Villas Bôas, então comandante do Exército, quando da discussão de um habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente que seria votado pelo Supremo, em 2018, às vésperas das eleições que levaram Bolsonaro ao poder.

 

Enfim, Lula falou bastante e nós vamos repercutir nos próximos dias não só essas declarações do ex-presidente, como os desdobramentos da decisão do STF. O que é preciso deixar claro, neste momento, é que Lula tem o direito e o dever de se candidatar à Presidência no ano que vem para que possamos ter uma alternativa eleitoralmente viável para tirar Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto. As contradições do petista, que não são poucas e ficaram evidente na coletiva de ontem, diga-se, nós deixamos para discutir em um outro momento. Agora é hora de o povo brasileiro tentar retomar um pouquinho da esperança que Jair Bolsonaro tirou de todos nós.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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