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Editorial – 11.09.2020

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A situação do prefeito do Rio Marcelo Crivella só se complica. O chefe do Executivo no município foi alvo ontem de uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil que fez buscas tanto na sede da Prefeitura, no Centro, como na casa de Crivella, que fica no bairro da Barra da Tijuca, zona Oeste da cidade. O prefeito teve seu celular apreendido.

 

Esta ação foi um desdobramento da Operação Hades, que investiga um suposto QG da propina da Prefeitura do Rio. De acordo com as investigações, empresas que se interessavam em fechar contratos ou tinham dinheiro a receber do município entregariam cheques a Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur. Em troca, Rafael facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas.

 

Além do prefeito, o ex-senador Eduardo Lopes, suplente de Crivella no Congresso, e outras 15 pessoas foram alvos dessa operação. Não vou me alongar muito a respeito deste tema, pois trataremos dele com calma na próxima segunda-feira. Mas agora eu gostaria de voltar a um assunto importante, que é a troca na Presidência do Supremo Tribunal Federal, ocorrida também na última quinta. Para isso, farei mais uma vez a leitura da coluna do jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, a respeito disso. O título do texto é “Fux terá que escolher”.

 

A despedida de Dias Toffoli resumiu bem sua gestão à frente do Supremo. Enquanto os ministros da Corte faziam os salamaleques de praxe, Jair Bolsonaro adentrou o plenário cercado de aliados. Sem aviso e sem cerimônia, o capitão se refestelou numa poltrona e passou a acompanhar os discursos.

 

Não foi o único momento constrangedor da tarde. Indicado por Bolsonaro, o procurador Augusto Aras comparou o presidente do Supremo às flores do Cerrado. “No auge da seca, os ipês nos dão o melhor de si, embelezando a relva ressequida”, filosofou. Em nome da OAB, o advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho disse que a coragem é a “característica central” de Toffoli. Essa ninguém poderia imaginar.

 

Mais cedo, em visita ao Congresso, Toffoli já havia recebido uma curiosa homenagem do presidente do Superior Tribunal de Justiça. “Todo poder emana do povo. E o Toffoli é povo, o Toffoli é poder”, afirmou o ministro Humberto Martins. O senador Davi Alcolumbre identificou no presidente do Supremo a “coragem dos grandes líderes”. Imodesto, Toffoli concordou com tudo e descreveu sua própria gestão com as palavras “independência” e “altivez”.

 

Convidado a discursar no Supremo, Bolsonaro relembrou a colaboração do ministro com seu governo. “Até nos surpreendeu na sua capacidade de antecipar problemas e apresentar a solução antes mesmo que fosse procurado”, elogiou. Pareceu uma referência à canetada que suspendeu, por cinco meses, as investigações contra o primeiro-filho Flávio Bolsonaro.

 

Toffoli dará lugar a Luiz Fux, que toma posse hoje. O ministro vai comandar o Supremo até setembro de 2022. A múltiplos interlocutores, ele tem prometido descolar o tribunal dos interesses do Planalto. Ontem o capitão sugeriu o contrário ao cometer uma indiscrição e reproduzir uma conversa entre os dois. “Vossa Excelência falou pra mim: o que eu precisar do STF, assim como eu tive com Dias Toffoli, terei também com Vossa Excelência”, contou.

 

Pelo visto, o novo presidente do Supremo precisará escolher alguém para desapontar”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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