Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Editorial – 13.03.2019

Compartilhe:
editorial_1170x530

Meus amigos, há tempos aparecem várias coincidências ou supostas coincidências vinculando a família Bolsonaro a milícias. Essas evidências ou coincidências, não sei muito bem como defini-las, têm se acumulado e agora, com a prisão dos executores do assassinato da Marielle Franco, reparem que eu disse executores, faltam os mandantes e nós aqui vamos insistir muito, que ao contrário do que dizem algumas autoridades, esse tipo de crime não foi porque o PM lá tem ojeriza a quem luta por determinados segmentos que defendem LGBT, negros, etc,, não foi por isso que ele foi realizado.

 

Mas a partir de ontem com essa prisão, prisão essa inclusive que mostra um bom trabalho da Polícia Civil e, de outro lado, como ela está infiltrada, porque os dois presos sabiam que seriam presos, foram avisados, e trataram de sair de casa antes do nascer do dia. Por sorte ou por competência, a polícia imaginou que pudesse estar vazando informações e em vez de chegar às 6 da manhã, chegou às 3h e prendeu os dois PM’s saindo de casa às 4 da manhã. Mas outras coincidências surgiram e vou ler, como comentário inicial do nosso programa, um texto feito pelo Renato Rovai que é editor da revista Fórum, uma revista na internet. Começa o texto então do Rovai:

 

“As coincidências envolvendo o brutal assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, até a prisão do policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, apontados como suspeitos do crime.

 

Eles sempre tiverem mais votos em regiões do Rio de Janeiro dominadas pelas milícias, mas isso era coincidência.

 

Eles condecoraram milicianos que estavam envolvidos em assassinatos, mas isso era coincidência.

 

Eles tinham pessoas empregadas em seus gabinetes que foram presas por envolvimento com as milícias, mas isso era coincidência.

 

Eles foram os únicos políticos com relevância eleitoral a não se pronunciar sobre o assassinato de Marielle, porque, segundo eles, não tinham coisa boa dizer, mas isso era coincidência.

 

Seus principais candidatos a deputados no Rio quebraram a placa de Marielle, mas isso era coincidência.

 

O chefe de gabinete do atual senador da família foi pego com depósitos bem acima do que recebia de salário e tem inúmeras fotos e relações com milicianos, mas isso era coincidência.

 

A assessora, parente de milicianos, assinava cheques deles na Assembleia, mas isso era coincidência.

 

O capitão deles mora no mesmo condomínio em que foi preso o acusado de assassinar Marielle, mas isso foi coincidência.

 

Um dia antes da prisão do suposto assassino de Marielle no condomínio em que Bolsonaro mora, o presidente da República postou uma mensagem no Twitter ameaçadora à jornalista Constança Rezende, do Estadão. O fato dela ser filha de Chico Otávio, que cobre milícias no Rio de Janeiro há tempos, e que soltou a matéria de hoje, em O Globo, com exclusividade antes das 6h da manhã, também foi só coincidência.

 

Vivemos num país de coincidências. Onde coincidentemente os bandidos dão as cartas e os que os investigam estão sendo ameaçados de morte (Jean Wyllys e Márcia Tiburi, por exemplo) e ou têm que se exilar ou têm que viver sob escolta policial. Mas isso é só coincidência.

 

Depois do Twitter de Bolsonaro, fico imaginando o quanto deve ter sido difícil para Chico Otávio seguir com a reportagem que já estava em curso. E o quanto sua filha, Constança Resende, deve ter sofrido. Mas tudo é só coincidência.

 

Tudo, tudo é só coincidência”.

 

Ouça o comentário de Cid Benjamin:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores