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Editorial – 13.07.2020

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Depois de três semanas com o cargo vago, o Ministério da Educação tem um novo titular, e, como era de se esperar, uma figura com o DNA do bolsonarismo. Trata-se do professor, militar da reserva do Exército e pastor da Igreja Presbiteriana Milton Ribeiro, anunciado na última sexta-feira. Ele é o quarto a comandar a pasta em um ano e meio de governo e vai suceder, se é que podemos dizer isso, Carlos Alberto Decotelli, que sequer chegou a ser empossado após as denúncias de fraudes em relação ao seu currículo.

 

O ministro, que já fazia parte do governo, na Comissão de Ética Pública ligada à Presidência, chega ao cargo cercado de polêmicas. Em uma delas, o pastor aparece em um vídeo defendendo que a dor possa ser usada para educar as crianças. Na peça que circulou nas redes sociais, denominada “A vara da Disciplina”, Ribeiro explica que “um tapa de um homem ou uma cintada de uma mulher podem ser muito mais fortes que uma criança pode suportar”. Em seguida, avisa: “Não estou aqui dando uma aula de espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da nossa casa”.

 

Em outro episódio, ele atribuiu a atitude de um homem de 33 anos que matou uma adolescente de 17 por querer namorá-la a uma “paixão louca”. É mais uma figura de perfil altamente conservador, ligado à ala evangélica do governo. Ribeiro provoca repulsa mesmo antes de assumir o posto. Aliás, por falar em repulsa, não há outro termo que possa ser usado para definir a formação do novo Conselho Nacional de Educação.

 

O presidente Jair Bolsonaro nomeou os indicados pelo ex-ministro Abraham Weintraub para o órgão. A lista contém um aluno do ideólogo Olavo de Carvalho, um dono de universidade e um ministro do Superior Tribunal Militar. O obscurantismo das escolhas é mais um passo do país rumo ao abismo da ignorância para o qual o ex-capitão do Exército tem nos levado.

 

Vale destacar também o reaparecimento súbito de Márcia Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, que já está em casa para cumprir prisão domiciliar após passar três semanas foragida.  Enquanto a Márcia ganha o benefício do presidente do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha sob o argumento de que precisa cuidar do marido, milhares de mães com crianças pequenas seguem encarceradas. Talvez por não serem amigas do presidente da República.

 

Eu gostaria de citar também a prisão do ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, por conta do escândalo de corrupção na compra de respiradores e na construção de hospitais de campanha para tratamento da Covid-19. O Ministério Público encontrou aproximadamente R$ 8,5 milhões em dinheiro na operação, boa parte em uma das residências de Edmar. O assalto ao dinheiro público é algo que não muda no Rio de Janeiro.

 

Para encerrar, eu gostaria de fazer menção à morte do ambientalista, político e jornalista Alfredo Sirkis em um acidente de carro, na última sexta, na Baixada Fluminense. Conhecido por sua defesa do meio ambiente, ele fundou o Partido Verde e também fez parte do grupo Vanguarda Popular Revolucionária, que lutava contra a ditadura. Fica aqui a homenagem do programa Faixa Livre a Alfredo Sirkis.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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