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Editorial – 14.09.2020

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O recrudescimento das denúncias contra o prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella e o ex-prefeito Eduardo Paes, ambos favoritos nas eleições municipais em novembro para voltarem a ocupar o cargo, impõe uma resposta imediata das forças que se dizem de esquerda no município. E eu não digo apenas uma ação pela via judicial ou institucional, essas mais do que obrigação, dada a gravidade dos crimes que teriam sido cometidos.

 

Contra o bispo licenciado da Igreja Universal, além do episódio dos Guardiões do Crivella, uma milícia arregimentada pelo chefe do Executivo no município para intimidar população e imprensa na porta dos hospitais, a nova acusação do Ministério Público diz respeito a um suposto QG da Propina na Prefeitura, com utilização até mesmo da instituição religiosa fundada pelo tio de Crivella, Edir Macedo, para lavagem de dinheiro. Coisa pesada mesmo, de criminoso profissional. No caso de Paes, ele passou à condição de réu na Justiça Eleitoral por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral, acusado de receber R$ 10,8 milhões em vantagens indevidas durante sua campanha em 2012.

 

Os partidos ditos progressistas devem, mais do que nunca, buscar a formação de uma chapa que tenha viabilidade eleitoral no pleito do fim do ano para evitar que essas duas figuras nefastas da política fluminense cheguem ao segundo turno, algo que se desenha, afora as denúncias. A possibilidade de uma candidatura com força nas urnas foi desfeita quando Marcelo Freixo, então pré-candidato do PSOL com apoio do PT, desistiu de concorrer à Prefeitura por não conseguir dialogar com PDT, PSB e Rede, já que os partidos lançariam um nome para a disputa.

 

A grande questão é que, além da pressão popular e de algumas lideranças progressistas que surgiu nos últimos dias por conta dos fatos, a aliança PDT, PSB e Rede desmoronou, já que o partido de Ciro Gomes lançou a deputada Martha Rocha por conta própria, desrespeitando um acordo feito com as demais legendas que passava pela realização de uma pesquisa nas ruas para saber qual dos nomes indicados pelos partidos teria mais condições de ter sucesso eleitoral.

 

Marcelo Freixo, como todo mundo sabe, é uma figura que pode unificar a esquerda. Ele, de alguma forma, se tornou maior que a legenda que representa. Guardadas as devidas proporções, é algo como se dá na relação entre o ex-presidente Lula e o PT, Freixo ultrapassa barreiras partidárias. No entanto, o PSOL segue firme na ideia de manter a deputada estadual Renata Souza como candidata. Ainda que Renata seja um bom quadro, ela não tem experiência em disputas para o Executivo e seu nome é pouco conhecido entre a população do município.

 

A esquerda precisa, neste momento, deixar os programas partidários de lado em busca de unidade para ter alguma chance de chegar à Prefeitura da segunda maior cidade do país, algo fundamental para se combater o bolsonarismo. Esta é a chance que temos de derrotar as velhas oligarquias corrompidas da política no Rio de Janeiro, que dominam o município há pelo menos duas décadas, na busca de uma sociedade mais justa e livre dos interesses de grupos religiosos e criminosos.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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