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Editorial – 14.10.2020

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Eu trago hoje aqui para vocês no nosso editorial um episódio gravíssimo que explica um pouco esse cenário de golpismo que o Brasil enfrenta atualmente, mas que está sendo desenhado desde antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff por personagens que nós aqui no Faixa Livre já denunciávamos há tempos.

 

A coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo de ontem, trouxe uma revelação feita pelo professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Denis Rosenfield durante o lançamento do livro ‘A escolha’, que reúne uma série de entrevistas feitas com o ex-presidente Michel Temer, de que em 2015, ou seja, um ano antes do afastamento da petista do cargo máximo da República, os generais Eduardo Villas-Bôas, à época comandante do Exército, e Sergio Etchegoyen, que chefiava o Estado Maior, tiveram uma reunião secreta com o então vice-presidente.

 

Esse Denis Rosenfield era tratado como uma espécie de ‘guru’ da chamada ‘nova direita’ no processo que levou à saída de Dilma do cargo e chegou a ser convidado por Michel Temer para assumir o Ministério da Defesa. O professor, que era amigo de Etchegoyen, contou que foi procurado pelo coronel Villas-Bôas naquele ano porque os militares estariam ‘preocupados com o país’. Então, Rosenfield teria intermediado o encontro. O próprio Etchegoyen viria a ser nomeado, já na gestão de Temer, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

 

Após ter intermediado o encontro dos militares com o então vice-presidente, esse Rosenfield publicou um artigo no site Congresso em foco onde dizia que ‘ou o país vai de Temer ou afunda’. Esse conluio entre figuras-chave das Forças Armadas com a classe política na elaboração de um golpe branco já estava mais do que claro há tempos. O tal do Villas-Bôas vivia fazendo uma série de ameaças nas redes sociais desde aquela época, algo que se intensificou a partir das últimas eleições presidenciais, onde ele deu a entender que os militares poderiam agir caso o PT voltasse à Presidência do país ou Jair Bolsonaro fosse retirado do cargo por uma decisão do Judiciário ou do Legislativo. O Paulo Passarinho cansou de denunciar esse golpismo protagonizado pelas Forças Armadas aqui no Faixa Livre.

 

Fica cada dia mais claro que o impeachment de Dilma e a ascensão do bolsonarismo no país foram conduzidos por uma conspiração entre aqueles militares ainda ressentidos pelo fim da ditadura e os ultraliberais que comandam a nossa política, mas que queriam mudanças ainda mais profundas na ordem social brasileira. E a dita esquerda, o que fará agora que essas revelações vieram à tona? Fica a pergunta para as principais lideranças progressistas do nosso país.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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