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Editorial – 14.12.2020

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Me sobrou muito pouco tempo para o editorial do programa de hoje, mas eu não posso deixar de comentar dois episódios: primeiro, aqueles documentos produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro a se livrar do inquérito das rachadinhas no seu gabinete na Alerj, quando ele ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro, caso que envolve também o tal do Fabrício Queiroz.

 

Uma agência de governo produz relatórios para tentar proteger o filho do presidente da República denunciando um suposto esquema criminoso que envolveria auditores-fiscais da Receita Federal. Esse é um escândalo da maior gravidade, até porque o diretor da Abin é nada mais, nada menos que Alexandre Ramagem, aquele amigo da família Bolsonaro que chegou a ser nomeado para o mesmo cargo na Polícia Federal, mas foi impedido após ação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que viu indício de desvio de finalidade na indicação.

 

Mas um caso tão ou ainda mais grave que esse foi o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 divulgado pelo Ministério da Saúde. Eu nem me refiro ao programa, que por si só já é uma tragédia, ele não define uma data para início da imunização dos brasileiros, deixa dúvidas a respeito de uma série de coisas, enfim. O que há de pior nesse documento é o crime de falsidade ideológica que vai para a conta de Jair Bolsonaro, que foi a citação de uma série de pesquisadores que teriam auxiliado na elaboração do plano, mas sequer tiveram acesso ao material produzido pela turma do general Eduardo Pazuello.

 

Esse é mais um motivo para pedido de impeachment do ex-capitão do Exército, em um novo atentado grave contra a pesquisa científica do nosso país. Não é a primeira vez que o governo falsifica um documento, não podemos esquecer aquela exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo que foi publicada no Diário Oficial com a assinatura do à época ministro da Justiça Sergio Moro sem que ele tenha dado anuência.

 

As forças democráticas do nosso país precisam, de maneira imediata, enviar um novo pedido de impedimento do presidente da República à Câmara e pressionar Rodrigo Maia para aceitá-lo, aproveitando a disputa política que se estabeleceu entre ele e Jair Bolsonaro por conta da sucessão na Presidência da casa legislativa. Mais do que nunca, temos de pôr fim a esse governo que se recusa a dar a urgência necessária à vacinação contra o novo coronavírus, que já matou mais de 180 mil brasileiros, falsifica documentos oficiais e utiliza um órgão de governo para proteger o filho do presidente.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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