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Editorial – 15.12.2020

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Enquanto uma série de países iniciam a imunização das suas populações contra a Covid-19, o Brasil segue sem sequer uma data para o começo da vacinação. Para piorar, as empresas fabricantes de insumos que vão atender a campanha nacional avisam que já não há determinados produtos no mercado visto a enorme demanda em todo o mundo. Exemplo disso é o polipropileno, utilizado para a produção de seringas. Isso sem falar que a capacidade de fabricação dessas empresas é reduzida em comparação à necessidade atual.

 

Ao que tudo indica, a vacinação dos brasileiros contra a Covid-19 infelizmente vai avançar e muito o ano de 2022. Eu gostaria rapidamente de mudar de assunto para dizer que essa é a última semana em que nós veicularemos edições inéditas do Faixa Livre em 2020. Nós faremos um recesso de duas semanas para recarregar as baterias depois de uma temporada muito difícil para todos nós da equipe, como normalmente fazemos a cada fim de ano. A última edição inédita de 2020 vai ao ar na sexta-feira, dia 18, e voltaremos no dia 4 de janeiro.

 

Eu queria ainda aproveitar este espaço editorial para fazer a leitura da coluna da jornalista Cristina Serra, publicada na última sexta-feira no jornal Folha de S. Paulo, onde ela fala um pouco a respeito dessa tragédia que temos no país atualmente com o descaso do governo de Jair Bolsonaro diante do Plano Nacional de Vacinação. O título do texto é “O Brasil que virou Sucupira”:

 

“O Brasil de Bolsonaro é um arremedo patético da cidade de Odorico Paraguaçu.

 

Circula na internet um trecho de assustadora atualidade da novela “O Bem-amado”, escrita pelo genial Dias Gomes e exibida com grande sucesso pela Rede Globo em 1973. Na cena, o prefeito da fictícia Sucupira, Odorico Paraguaçu, planeja interceptar a carga de vacinas que poderia impedir um morticínio na cidade, assolada por uma epidemia.

 

Horrorizado, seu auxiliar, Dirceu Borboleta, alerta que seria um genocídio. Odorico responde com um: “E daí?”. Para quem não conhece a história, o principal objetivo do prefeito era inaugurar o cemitério da cidade. Mas seu projeto se frustra ao longo dos capítulos porque ninguém morre.

 

No Brasil de 47 anos depois, o drama da vida real é o oposto. O coronavírus já matou 180 mil cidadãos. Mas o desprezo de Bolsonaro pela vida dos brasileiros é o mesmo do político da ficção. A segunda onda da pandemia chegou, tão ou mais feroz que a primeira, mas o presidente acha que estamos “no finalzinho” dela. Em ócio despreocupado, protagonizou cena digna de comédia pastelão ao inaugurar uma vitrine com as roupas usadas por ele e pela primeira-dama na posse.

 

Enquanto Bolsonaro se presta ao ridículo, as autoridades federais de saúde exibem sua incompetência, depois de terem sido atropeladas pelo governador de São Paulo. Doria criou um fato político ao marcar a data para o começo da imunização no estado, em janeiro de 2021, com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.

 

Ficou patente o despreparo do almoxarife atarantado que ocupa o Ministério da Saúde. Pazuello não tem um plano de vacinação e ainda se pergunta se haverá “demanda” por vacinas. Num país que já foi exemplo para o mundo em imunização, nem sequer sabemos se haverá seringas e agulhas em quantidade suficiente. A Anvisa, colonizada por defensores da cloroquina, não inspira confiança quanto à aprovação dos imunizantes. O Brasil de Bolsonaro é um arremedo patético da Sucupira de Odorico Paraguaçu”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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