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Editorial – 16.12.2021

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As arbitrariedades do bolsonarismo no nosso país seguem sem qualquer tipo de constrangimento. Ontem (15), os alvos foram o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e seu irmão senador Cid Gomes, que tiveram suas casas ‘invadidas’ por uma ação de busca e apreensão da Polícia Federal a partir da investigação de um suposto envolvimento de ambos em escândalo de desvio de recursos nas obras da Arena Castelão, estádio que abrigou jogos da Copa do Mundo de 2014.

 

Após a ação dos policiais, que causou constrangimento à própria PF, já que Ciro sequer foi intimado a prestar depoimento sobre o ocorrido, o pedetista acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter orquestrado a operação para desestabilizar sua candidatura, destacando o Estado Policial que se estabeleceu com a chegada do ex-capitão ao Palácio do Planalto.

 

Ciro chegou a dizer que imaginava que vivíamos em um país democrático. Eu devo confessar que essa declaração dele me surpreendeu. Será que ele não lembra do que ocorreu no Brasil a partir de 2016, com o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão sem provas do Lula, para tirá-lo da corrida presidencial?

 

Aliás, tanto Lula, como Dilma fizeram questão de publicar nas suas redes sociais mensagens em solidariedade ao adversário político e seu irmão, destacando a trajetória de vida idônea de ambos. Há quem diga que essa iniciativa autoritária da Polícia Federal serviu para impulsionar a campanha de Ciro, algo que eu confesso duvidar diante dos últimos números de intenções de voto apresentados pelo Ipec, por mais que estejamos ainda a dez meses das eleições.

 

A grande questão é que esse tipo de atitude contra o Ciro Gomes não se dá de maneira isolada, visto as declarações ameaçadoras feitas pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, que há meses andava calado, eu já estava até estranhando o silêncio desses militares.

 

Ele disse, durante a formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência da Abin, na última terça-feira (14), que precisa tomar remédios psiquiátricos “na veia” todos os dias para não levar Jair Bolsonaro a ter “uma atitude mais drástica” contra o Supremo Tribunal Federal. Esse áudio foi obtido e divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

 

De acordo com o general, o STF tenta “esticar a corda até arrebentar” em sua relação com o Poder Executivo, se referiu a “dois ou três ministros” e afirmou que rezará para que o ex-capitão não sofra um atentado no ano que vem, antes das eleições.

 

São declarações evidentemente gravíssimas e que precisam de explicações imediatas. Não sei como o Congresso ainda não convocou o militar para prestar esclarecimentos. O Jair Bolsonaro vê sua reeleição cada vez mais ameaçada, estacionado nos 20% de intenções de voto e com 70% dos brasileiros afirmando que não confiam nele, e apela para todo tipo de artifício para, pelo menos, conseguir levar a disputa presidencial contra Lula ao segundo turno. É o bolsonarismo apostando na velha tática de intimidação das instituições e adversários políticos para tentar se reproduzir.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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