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Editorial – 18.06.2019

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Novamente o jornal Folha de S. Paulo apresenta um furo e novamente através de trabalho da jornalista Patrícia Campos Mello. Foi essa mesma jornalista que, durante o período do processo eleitoral do ano passado, denunciou, fez uma reportagem muito importante apontando que empresários brasileiros, através de recursos de caixa dois, haviam contratado empresas estrangeiras para o disparo em massa de mensagens pelo WhatsApp, e agora a mesma repórter informa que empresas brasileiras contrataram, em 2018, uma agência na Espanha para fazer pelo WhatsApp disparos de mensagens a favor do então candidato Jair Bolsonaro.

 

A informação que aparece em gravações obtidas pela Folha de S. Paulo é de Luis Novoa, dono da EnviawhatsApps. Nos áudios, Novoa afirma que empresas, açougues, lavadoras de carro e fábricas no Brasil compraram seu software para disseminar propaganda do candidato. A prática é considerada ilegal, pois se enquadra como doação de empresas para campanhas eleitorais, o que é proibido. Segundo o empresário, porém, ele não sabia que o serviço tinha sido adquirido com esse objetivo.

 

Ele declarou que só tomou conhecimento quando o WhatsApp cortou, sob alegação de mau uso, linhas telefônicas da sua agência. “Não trabalhamos com campanhas políticas no Brasil”, informou Novoa à reportagem da Folha de S. Paulo. Em outubro, a Folha revelou que apoiadores de Bolsonaro financiaram mensagens contra o petista Fernando Haddad. Oito meses após o Tribunal Superior Eleitoral abrir ação sobre o caso, ninguém foi ouvido. O PT também fez uso de conteúdo impulsionado nas redes pelo que foi, inclusive, multado pela Corte.

 

A grande questão é que essa nova informação juntamente com as importantes revelações do Intercept Brasil mostrando claramente o envolvimento de Sérgio Moro com os procuradores em um processo viciado que acabou por condenar Lula, merece, mais do que nunca, um posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral. Tribunal Superior Eleitoral que, na verdade, respaldou, na prática, um conjunto de irregularidades no processo eleitoral do ano passado. Nós tivemos esse mesmo candidato Jair Bolsonaro, que foi vitorioso, a oportunidade de observar sua conduta durante a campanha pregando a eliminação física de adversários, pregando o ódio, elogiando tortura e torturadores, e nenhuma providência até o momento foi tomada por esse Tribunal Superior Eleitoral.

 

Muito estranho para um órgão que, presidido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, prometia mundos e fundos justamente contra as fake news, e nada foi feito, apesar desse importante trabalho de reportagem da Folha de S. Paulo e, especialmente, da repórter Patrícia Campos Mello. Vamos ver agora que parece que a Polícia Federal está muito interessada em saber quem, porventura, tenha hackeado as gravações dos celulares dos procuradores e de Sérgio Moro, se esses órgãos da República têm alguma competência para esclarecer a opinião pública sobre ilícitos flagrantes e claros que cada vez mais vão ficando evidentes.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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