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Editorial – 18.10.2019

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A crise no PSL, partido do senhor Jair Bolsonaro e seus filhos, se agravou. Ontem, na Câmara, por exemplo, Bolsonaro acabou sofrendo uma derrota dura. Ele tentou e articulou com boa parte da bancada do PSL a substituição do líder do partido na Câmara, o senhor delegado Waldir, mas foi derrotado. Ele queria emplacar, na verdade, o seu filho Eduardo Bolsonaro e que agora, inclusive, corre o risco de perder o seu posto de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, ao mesmo tempo em que parece que o Palácio do Planalto vai se afastando daquela ideia de indicá-lo para o posto de Embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

 

A coisa ficou feia. O delegado Waldir chegou a ameaçar claramente o Bolsonaro, depois recuou, e mostra o baixíssimo nível de toda essa turma. O problema é que a direita tradicional e os empresários ficam muito preocupados porque isso pode comprometer o tal andamento das reformas, verdadeiras medidas contra a soberania nacional, os direitos dos trabalhadores e, particularmente, em choque com a própria Constituição. Tudo isso quando o Supremo Tribunal Federal assiste de braços cruzados porque eles estão interessados em desfazer as confusões que foram feitas nos últimos anos no país em torno das operações anticorrupção.

 

Ontem mesmo teve início no Supremo aquela rediscussão, podemos dizer assim, a respeito da história da prisão após condenações, sentenças de segunda instância. Mas voltando ao imbróglio do PSL na Câmara, a grande questão é que há uma preocupação das classes dirigentes da nossa burguesia sobre o andamento dessas mudanças que estão pretendidas. Algumas já foram feitas desde o governo Temer, a instituição dessa Emenda Constitucional do teto de gastos, a dita reforma trabalhista, na verdade um atentado contra a carteira de trabalho e a CLT no Brasil, e agora eles apostam todas as suas fichas na tal da reforma da Previdência, ou contrarreforma, na verdade.

 

Porém, o ministro Paulo Guedes, por exemplo, frente à crise do PSL, cancelou a sua participação na reunião anual do Fundo Monetário Internacional, em Washington, para se reunir com o presidente do Senado e também da Câmara. O Senado deve concluir no dia 22 a votação da reforma da Previdência, o que garantiria a promulgação na semana seguinte. Na saída do encontro, tanto Rodrigo Maia, quanto Alcolumbre, presidente do Senado, asseguraram que a crise do PSL não compromete a agenda econômica, mas o problema é que nós não sabemos esses desdobramentos, até porque existe hoje esse clima de rebelião.

 

Por trás disso, a questão central são os recursos milionários que agora o PSL tem acesso e, nesse aspecto, o Jair Bolsonaro sofreu outra derrota além dessa questão relativa ao líder do PSL na Câmara. O Luciano Bivar decidiu destituir o Eduardo e o Flávio Bolsonaro do comando do PSL tanto em São Paulo, como no Rio, e, com isso, haverá certamente outros desdobramentos, bem como foi anunciado pelo Palácio do Planalto a substituição da líder do governo no Congresso, aquela deputada Joyce Hasselmann e passa a ser o senador Eduardo Gomes.

 

Até nisso parece que estamos retrocedendo. Já temos um Castelo Branco no governo Bolsonaro e agora chegou o senador Eduardo Gomes. Ele é do MDB de Tocantins e a nota curiosa é que parece que ele foi emplacado como líder do governo no Congresso por indicação do senador Renan Calheiros. Isso mostra muito bem como vai a nova política do senhor Jair Bolsonaro.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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