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Editorial – 19.01.2021

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A bagunça que é o Governo Federal, especialmente nessa gestão do programa nacional de imunização contra a Covid-19, fez com que o ministro da Saúde general Eduardo Pazuello cedesse às pressões dos governadores e aceitasse antecipar o início da vacinação em todo o país para ontem (18), abandonando a ideia de começar a aplicar as doses apenas na quarta-feira (20). Boa parte dos estados, aliás, já imunizou ontem as primeiras pessoas.

 

Foi, evidentemente, uma decisão acertada, dada a urgência imposta pelo novo coronavírus, não podemos perder um minuto sequer nesse intento que é derrotar uma doença que já matou perto de 210 mil brasileiros. O grande problema é que a falta de responsabilidade da gestão Bolsonaro se combina com o discurso falacioso do Palácio do Planalto.

 

Eu me refiro àquele teatro feito pelo governo disponibilizando um avião no Recife para buscar, na Índia, dois milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca. A negação dos indianos ao pedido de urgência do Brasil, se foi justificado pelo início da vacinação no país asiático, posteriormente foi explicado pelo documento de aquisição das vacinas pela Fundação Oswaldo Cruz junto ao laboratório Serum.

 

Pelo contrato assinado, datado do último dia 8, o laboratório indiano se compromete a entregar a remessa de doses após 90 dias do recebimento pagamento. Ou seja, essas vacinas só devem chegar ao país lá no início do mês de abril. É mais uma tentativa da gestão do ex-capitão do Exército de mostrar serviço e colocar a culpa nos outros, sem revelar a realidade dos fatos.

 

Algo que muito me preocupa diz respeito à segurança dessas doses, do risco de elas serem roubadas nas unidades de saúde, em especial nas cidades onde o tráfico de drogas e as milícias dividem o poder paralelo. Eu espero que as autoridades tenham se preparado para garantir que não haja roubo ou desvio dessas vacinas e que se respeite a ordem de prioridades, que ninguém fure a fila, o que infelizmente é muito comum no nosso país.

 

Eu gostaria de abordar rapidamente também os problemas que nós tivemos na aplicação da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último domingo. Houve muitas denúncias de alunos que não conseguiram fazer o exame porque foram impedidos de entrarem nas salas de aula dada a lotação delas. Alguns estados estabeleceram limite máximo de alunos por sala, algo que não foi comunicado aos estudantes. Isso sem contar a enorme quantidade de alunos que deixaram de fazer o Enem por conta do temor pela Covid-19.

 

Isso apenas vem a confirmar tudo aquilo que nós já prevíamos, de que era uma temeridade se realizar as provas do Enem em um período onde a pandemia está no seu ápice de infecções. É uma pena que a Justiça não seja capaz de intervir para evitar a ampliação do drama dessa doença, expondo estudantes e familiares às aglomerações provocadas nos locais de prova.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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