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Editorial – 19.08.2020

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Eu gostaria de falar rapidamente a respeito de dois temas nesse nosso editorial de hoje. Um deles é esse episódio que fica até difícil classificar, tamanho o absurdo, que foi esse estupro de uma criança de 10 anos, que acabou engravidando, na cidade de São Mateus, no Espírito Santo. O suspeito de ter cometido o crime é o próprio tio da menina, que foi preso ontem em Minas Gerais.

 

A gravidez da criança foi interrompida na última segunda-feira, em uma unidade hospitalar em Recife, mas este episódio gerou uma enorme comoção por dois motivos: primeiro pela ação de grupos conservadores que se concentraram na porta do hospital onde o aborto foi realizado na tentativa de impedir a ação. Acho que eu nem preciso falar sobre o risco que representa uma gravidez para uma menina de 10 anos.

 

O outro motivo é que essa concentração de pessoas absolutamente irracionais, para dizer o mínimo, em frente ao hospital se deu porque o nome da criança e o endereço da unidade de saúde onde ela estava internada foram divulgados por aquela ativista de extrema-direita Sara Giromini, que chegou a ser presa recentemente por ter liderado uma série de atos com ameaças ao Supremo Tribunal Federal e segue cumprindo medidas cautelares, como a utilização de tornozeleira eletrônica. Está mais do que provado que esta figura é uma criminosa contumaz, que atenta seguidamente contra a sociedade brasileira. Cabe agora às autoridades tomarem uma atitude para evitar que uma tragédia patrocinada por essa desequilibrada aconteça.

 

Para encerrar este tema, eu gostaria apenas de lembrar que enquanto essa estrutural patriarcal e misógina estabelecida no nosso país continuar criminalizando um aborto e relativizando o estupro de uma criança de 10 anos, a condição feminina no Brasil seguirá sendo o mais pesado dos fardos.

 

Ontem teve início essa importante greve por tempo indeterminado dos trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos, aprovada por mais de 90% dos sindicalizados da estatal em assembleia virtual na última segunda-feira. A categoria considera esta como a mais importante greve dos últimos 20 anos, já que o atendimento ao chamado da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios, o Findect, se deu de norte a sul do país. Apenas as representações dos estados de Rondônia, Roraima e Tocantins não haviam aderido ao movimento grevista.

 

Os profissionais reivindicam melhores condições de trabalho, a manutenção de direitos já conquistados pela categoria e ratificada por decisão do Tribunal Superior do Trabalho, benefícios e empregos, dado esse ataque da gestão de Jair Bolsonaro, capitaneado pelo entreguista Paulo Guedes.

 

Além disso, a greve por tempo indeterminado questiona esse irresponsável projeto de privatização da empresa, previsto pela equipe econômica do Governo Federal para acontecer no segundo semestre, mas não só dos Correios. A intenção dos neoliberais que comandam o Palácio do Planalto é entregar uma série de estatais, como a Eletrobras, a própria Petrobras, a Dataprev, para o capital estrangeiro.

 

Os Correios são uma empresa que tem caráter estratégico na integração do nosso país, mas principalmente por ser uma empresa lucrativa. Só em 2019, o balanço financeiro divulgado no próprio site da estatal apresentou um saldo positivo de R$ 102 milhões, sendo este o terceiro ano consecutivo de lucros da empresa. Mais que uma irresponsabilidade, a desestatização dos Correios se constitui em crime de lesa-pátria.

 

O programa Faixa Livre, reafirmando seu compromisso histórico com a classe trabalhadora deste país, apoia integralmente à greve dos Correios e convoca outras categorias profissionais a aderirem a esse movimento em defesa dos direitos que estão sendo vilipendiados pelas últimas gestões do Palácio do Planalto, especialmente essa do senhor Jair Bolsonaro, comprometido até o pescoço com os interesses do grande capital.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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