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Editorial – 20.08.2019

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Teríamos chegado ao fundo do poço? Essa pergunta talvez nos caiba fazer em meio a essa crise prolongada produzida pela gestão do senhor Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto. Senão vejamos, vamos pegar esse caso envolvendo Flávio Bolsonaro, infelizmente atual senador eleito pelo Rio de Janeiro, que outrora já foi considerado a capital cultural do país.

 

Tendo eleito Bolsonaro, Witzel, participando da própria eleição do Jair Bolsonaro para presidente como participou e tendo como prefeito o pastor Crivella, é difícil termos a capacidade de enxergar o Rio de Janeiro ainda com esse papel, mas a repercussão aqui da nossa cidade, da nossa sociedade, é muito grande sobre a sociedade brasileira, que na verdade encontra-se, no meu ponto de vista, absolutamente doente.

 

Mas então vejamos, o Flávio Bolsonaro foi envolvido em investigações do Coaf que apontam movimentações financeiras muito fortes, particularmente de um assessor direto seu na Assembleia Legislativa, o senhor Queiroz. Não só o Flávio Bolsonaro, um conjunto de outros parlamentares e funcionários da Alerj foram envolvidos nisso, mas evidentemente esse caso incomodou ao atual presidente da República por envolver o seu filho.

 

Tudo começou então com pressões junto à própria Justiça para suspensão dessa investigação do Coaf. A Presidência da República, através do Bolsonaro, que diretamente se envolveu nisso, conseguiu evidentemente através dos advogados do Flávio Bolsonaro medidas judiciais favoráveis ao senador por conta de decisões que suspenderam, na prática, a investigação do Coaf, mas o problema é muito mais grave.

 

Além do envolvimento com essa chamada caixinha na Alerj, comandada pelo Queiroz, a família do Bolsonaro e o próprio Bolsonaro também possuem ligações muito íntimas com integrantes de milícias hoje aqui no Rio de Janeiro, milícias essas que têm interesse, por exemplo, no Porto de Itaguaí. Quem denuncia é o próprio responsável da aduana ali naquele porto e, com isso, ele começou a receber pressões, esse funcionário da Receita, para que a superintendência aqui do Rio viesse a removê-lo do cargo.

 

A Superintendência parece que reagiu e aí Bolsonaro passou a ter interesse em mudar também o próprio superintendente da Receita aqui no Rio de Janeiro, junto com a própria mudança que reivindicava não só para esse responsável pela Receita lá no Porto de Itaguaí, mas também, vejam bem, na Delegacia da Receita da Barra da Tijuca, onde também o senhor Bolsonaro tem interesses.

 

Mais grave ainda, em relação à Polícia Federal, que também andou investigando o senhor Flávio Bolsonaro, a ira do presidente também se voltou contra essa instituição e isso conforma um quadro absolutamente dantesco: não é possível que as tais instituições que muitos dizem que estão funcionando, assistam passivamente a tudo isso, sem falar nas ligações do senhor Bolsonaro com as milícias, que inclusive são suspeitíssimas de terem assassinado a ex-vereadora Marielle, que por sinal até hoje nada foi esclarecido.

 

Portanto, convenhamos, há muita desmoralização em torno do presidente da República com as pressões que agora culminaram, inclusive, com esses rumores de que ele poderia indicar para o importante cargo de procurador Geral da República um procurador intimamente ligado a Flávio Bolsonaro, onde Flavio inclusive teria indicado e estaria defendendo o seu nome para a PGR, a Procuradoria-Geral da República.

 

Ontem um conjunto de sub-procuradores-gerais se manifestou em favor da independência e autonomia do Ministério Público Federal. Não citaram o nome do colega cotado pela família Bolsonaro para emplacar lá na Procuradoria-Geral da República, mas ficou claro o recado dos sub-procuradores: até onde iremos assistir a essa verdadeira balbúrdia que se instalou no Executivo Federal? Essa é a pergunta que faço aqui a estas instituições que estão funcionando.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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