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Editorial – 20.08.2021

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O senhor Francisco Maximiano, sócio diretor da empresa Precisa Medicamentos, que atuou na intermediação entre o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante das vacinas Covaxin, e o Ministério da Saúde, finalmente foi ouvido pela CPI da Pandemia ontem (19), no Senado, após a sua oitiva ser adiada por quatro vezes. Só para lembrar, o contrato intermediado pela Precisa previa o oferecimento de 20 milhões de doses de imunizantes ao Governo Federal com o valor unitário de US$ 15, totalizando R$ 1,6 bilhões.

 

E, mais uma vez, um depoente fez uso de um habeas corpus oferecido pelo Supremo Tribunal Federal para ficar em silêncio diante dos questionamentos de parlamentares que pudessem incriminá-lo. O problema é que ele também repetiu o expediente de outros que o antecederam e deixou de responder perguntas que em nada o comprometeriam, provocando irritação dos senadores. Até mesmo um pedido de prisão em flagrante foi levantado pela CPI.

 

Maximiano chegou a confirmar que conhece o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e suspeito de liderar o suposto esquema de corrupção na compra de vacinas, mas negou que o político tenha feito algum pedido de favorecimento à empresa.

 

Mas o que de mais importante se deu na comissão ontem e precisa ser destacado foi a aprovação dos requerimentos de quebra de sigilo fiscal de Ricardo Barros, do advogado Frederick Wassef, que atua em casos envolvendo a família Bolsonaro, e de blogueiros bolsonaristas, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, todos investigados pela CPI.

 

Aliás, a jornalista Ana Flor, do grupo Globo, apurou que os senadores do grupo majoritário da comissão apostavam na possibilidade de o relatório da CPI passar pela Procuradoria-Geral da República em uma “janela” em que o procurador-geral Augusto Aras não estivesse ocupando o cargo. Há um enorme desconforto na Casa Legislativa com a blindagem que o representante máximo do Ministério Público vem fazendo ao presidente Jair Bolsonaro.

 

Pela conta dos parlamentares, se até o dia 25 de setembro o nome de Aras não tiver sido aprovado no Senado para recondução à PGR, haveria uma possibilidade de o relatório da CPI cair nas mãos de um procurador-geral substituto que poderia dar encaminhamento às investigações, algo considerado muito pouco provável com Aras à frente do cargo. No entanto, a sabatina já foi marcada para a próxima terça-feira (24), frustrando os planos dos congressistas de oposição.

 

Está na cara que a Comissão Parlamentar de inquérito vai enfileirar uma série de crimes cometidos pelo chefe do Executivo. A nossa cobrança aqui no programa, e que é o desejo da maioria da população brasileira, é de que Jair Bolsonaro pague por todos esses crimes que ele cometeu no descaso com a pandemia, bem como aqueles que atuaram para acobertar crimes e os que tentaram se aproveitar financeiramente em episódios de corrupção na aquisição de imunizantes.

 

A justiça precisa ser feita nesse país em homenagem aos mais de 570 mil brasileiros que foram a óbito pela Covid-19, muitos pela irresponsabilidade de um governo inepto e negacionista.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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