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Editorial – 21.10.2019

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Ontem o povo boliviano foi às ruas e está consagrando Evo Morales novamente como candidato preferido. É verdade que Evo possivelmente terá de disputar um segundo turno com o Carlos Mesa para definir a parada final, mas mostra muito bem como o processo de reformas populares iniciado por Evo Morales vem produzindo resultados muito diferentes daqueles que podemos encontrar em países que, de alguma maneira, procuraram construir uma política antiliberal ou mesmo por aqueles que voltaram, de alguma forma, ao domínio dos neoliberais. E principalmente, nessas últimas semanas, temos observado como a herança neoliberal está presente e produzindo uma série de desequilíbrios fortíssimos em vários países da nossa região.

 

Tivemos as manifestações fortíssimas na Argentina, que foram seguidas de manifestações populares que quase derrubam o governo do Equador, e agora é o Chile que é sacudido por um conjunto de manifestações muito fortes e que mostram claramente que o projeto neoliberal nada tem a ver com os interesses dos povos da nossa região. Já padecemos, nos anos 1990, de uma série de desequilíbrios por conta dessa agenda de reformas que é defendida especialmente pelo empresariado financeiro.

 

Aqui no Brasil mesmo, nos aprofundamos nas privatizações, na liberalização financeira e, principalmente, em uma subordinação da política a esses ditames representados pelos bancos. Agora, aqui no Brasil, depois das experiências dos governos do PT, voltamos ao predomínio da agenda neoliberal. Temos um governo Bolsonaro que, apesar da crise no partido do presidente da República, se mantêm como vanguarda em um processo de alterações constitucionais, infraconstitucionais, extremamente lesivo aos interesses da soberania nacional e da grande maioria da população, que precisa de um novo tipo de Estado, na verdade, e não esse que privilegia principalmente os interesses dos ricos.

 

As grandes lições que podemos extrair da Argentina, do Equador e agora do Chile são justamente essas, devemos construir claramente políticas alternativas a essa hegemonia do capital financeiro. Sem isso, apenas iremos padecer cada vez mais em contornos mais dramáticos de uma crise que nos provoca desemprego e, principalmente, a desilusão de milhões de trabalhadores que almejam dias melhores.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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