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Editorial – 22.06.2022

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O périplo do bolsonarismo contra a Petrobras teve mais um capítulo ontem (21), quando parlamentares aliados ao governo realizaram uma série de reuniões a portas fechadas para tentar resolver a situação provocada pelo próprio Jair Bolsonaro, que se recusa a intervir na política de Preços de Paridade de Importação adotada pela estatal e tenta terceirizar a culpa por essa tragédia que afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros, que é a inflação provocada pelos frequentes reajustes nos combustíveis.

 

Para tentar minimizar o drama, a solução paliativa encontrada por essa turma foi criar uma espécie de auxílio emergencial mensal de R$ 400 para os caminhoneiros autônomos, categoria que tem pressionado o governo, ameaçando uma greve que poderia parar o país, e também ampliar o vale-gás, tanto no seu escopo quanto no valor do programa.

 

Essas duas medidas devem ser incluídas na Proposta de Emenda à Constituição que está sendo discutida no Senado e foi idealizada para tentar reduzir o preço dos combustíveis driblando as restrições impostas pela lei eleitoral, que impede a criação e a ampliação de programas sociais em ano de eleição.

 

A grande questão é que, ao que tudo indica, essas medidas devem ter alcance reduzido dado o cenário de reajustes frequentes dos derivados de petróleo. O óleo diesel aumentou pela terceira semana consecutiva no país, de acordo com informação da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O valor médio passou de R$ 6,886 para R$ 6,906 nas duas últimas semanas. Além disso, a Petrobras já avisou que há uma defasagem considerável no preço dos combustíveis, ainda não repassada às distribuidoras.

 

Nós temos debatido com afinco esse tema dos combustíveis aqui no programa, como vocês têm observado ao longo dos últimos dias, criticando essa tentativa do Bolsonaro de culpar a Petrobras pelo cenário caótico imposto com a intenção de colocar os brasileiros contra a estatal e facilitar sua privatização, este que é o grande sonho dos acionistas minoritários da empresa.

 

A venda de ações da Petrobras criaria um cenário ainda mais difícil para o país, visto que os preços dos derivados serão estipulados pelo próprio mercado, pela variação do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional de maneira absolutamente indiscriminada. A única possibilidade de que haja um controle do preço dos combustíveis é com o Estado brasileiro intervindo, reestatizando as refinarias que foram entregues, cobrando pela gasolina, pelo óleo diesel, um valor que condiga com os custos de produção no mercado interno, algo mais do que natural em um país que é autossuficiente na produção de derivados de petróleo. Enquanto não houver responsabilidade dos gestores públicos, enquanto os interesses da turma do andar de cima estiverem à frente daqueles da maioria da população brasileira, a tendência é que o desastre piore.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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