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Editorial – 22.08.2019

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O governo anunciou ontem um agressivo programa de privatizações. Além das oito empresas que já estavam em uma lista anteriormente elaborada, foram incluídas nove outras. Além disso, haverá estudos para a chamada privatização da Petrobrás, que já está em curso, diga-se de passagem, até o ano de 2022. E, no Congresso, Rodrigo Maia e Paulo Guedes teriam acertado algum plano para um Projeto de Lei específico visando a privatização da Eletrobrás.

 

É, na verdade, um ataque frontal ao Estado brasileiro e às próprias condições que teríamos aqui no Brasil para a Constituição de um projeto nacional de desenvolvimento, é isso que está em jogo. Na verdade, a concepção dos liberais aposta que o desenvolvimento do Brasil seria mais adequado se entregássemos o nosso país aos estrangeiros, porque é isso que se trata, são as grandes corporações internacionais que irão se beneficiar caso esse programa de privatizações vá à frente. E, com isso, nós estaríamos liquidando instrumentos importantíssimos para a formulação, a execução e, principalmente, o coroamento de um processo de desenvolvimento que viesse a responder as nossas objetivas necessidades.

 

Além disso, há outras questões muito mais graves envolvendo inclusive aspectos da segurança nacional. Em um governo, por exemplo, que diz que tem uma participação importante de militares, essa seria uma questão muito importante de ser observada. Como é possível esse conjunto de oficiais generais que ocupam o governo assistirem de braços cruzados a verdadeira entrega do país, especialmente da nossa área de infraestrutura?

 

Por outro lado, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, falou claramente que é necessário o Estado vender tudo porque, afinal de contas, o Estado tem de se dedicar àquilo que interessa a população, à saúde, à educação etc. Ora, esse discurso já foi feito nos anos 1990, o que observamos foi também naquele momento a venda de 70% do patrimônio estatal, o amealheamento de recursos muito aquém daquilo que poderia ter sido conseguido em função, inclusive, de claros indícios de corrupção naquele processo de privatizações que envolveu a Vale do Rio Doce e outras importantes empresas brasileiras.

 

E a cantilena era a mesma, era necessário vender as estatais para o Estado poder se dedicar principalmente aos investimentos sociais. O que estamos assistindo, quase 30 anos depois, é a nossa dívida pública que explodiu, mais de R$ 5 trilhões, e, ao mesmo tempo, estamos vivendo um ataque aos direitos sociais dos trabalhadores. Veja o que estão fazendo com a Previdência. Então essas palavras, na verdade, não passam de uma grande enganação ao povo brasileiro e visam principalmente fortalecer aqueles que continuam por cima da carne seca. É isso, na verdade, a turma do capital financeiro, bancos, multinacionais, que têm a ganhar com esse processo.

 

Quem tem a perder é você, trabalhador brasileiro, que precisaria de um Estado que realmente fosse importante e, principalmente, com condições de responder às necessidades da nossa população. Não existe falta de dinheiro, o que existe é uma dominação de classes, uma afirmação do super ricos sobre a imensa maioria da população brasileira. É tudo uma verdadeira tragédia. Agora isso, evidentemente, fará com que cada vez mais o nível de consciência, de organização, necessariamente tenha de crescer, afinal de contas o que está em jogo é a independência do nosso país, a nossa soberania e a necessidade de construirmos um país justo e voltado aos interesses da maior parte da nossa população.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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