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Editorial – 23.05.2022

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A vassalagem a qual o Brasil está submetido nessa gestão do senhor Jair Bolsonaro alcançou um nível inacreditável na última sexta-feira (20), com aquele encontro do presidente da República com o excêntrico bilionário Elon Musk, em um hotel de luxo em São Paulo, onde foi fechado um acordo para monitoramento da Amazônia por uma das empresas do sul-africano, bem como o oferecimento de internet para escolas naquela região, algo que já está previsto como contrapartida no leilão da tecnologia 5G no país.

 

O detalhe é que tudo isso foi feito às escuras, sem contrato, sem licitação, sem previsão de investimento do governo, algo típico desse governo. Nós vamos debater esse encontro com calma no programa de hoje, que envolveu empresários brasileiros e até o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, mas antes eu gostaria de ler nesse editorial o que escreveu a jornalista Cristina Serra sobre esse episódio, em sua coluna publicada no último sábado (21) pelo jornal Folha de S. Paulo. A jornalista se posicionou da seguinte forma:

 

Bolsonaro recebeu Elon Musk com rapapés e tapete vermelho, em cena de vassalagem vira-lata explícita. Como se sabe, Musk negocia a compra do Twitter e já avisou que a liberdade de expressão absoluta na rede social, sem qualquer moderação, está acima de tudo. Música para os ouvidos das milícias digitais e sinal verde para a pregação golpista e os discursos de ódio.

 

Musk anunciou que quer reverter o banimento de Donald Trump, expulso do Twitter por ter insuflado extremistas contra a confirmação de Joe Biden, em janeiro de 2021. A ação resultou na invasão do Capitolio e na morte de cinco pessoas.

 

Homem mais rico do mundo, dono de um império de empresas de alta tecnologia, que vão dos carros elétricos à pretensa colonização de Marte, Musk é um oligarca de perfil ególatra e megalômano.

 

Ficou famoso seu tuíte sobre o golpe na Bolívia, contra Evo Morales, em 2019. Respondendo à crítica de um seguidor, tuitou: ‘Nós daremos golpe em quem quisermos. Lide com isso’. A Bolívia tem as maiores reservas de lítio do mundo, mineral essencial para as baterias de carros elétricos fabricados pela Tesla.

 

O oligarca se meteu na guerra da Ucrânia, fornecendo equipamentos da sua rede de satélites, a Starlink, que, segundo a imprensa britânica, está tendo uso não apenas civil, mas também militar, contra as forças russas.

 

Agora, Musk aparece no Brasil para, supostamente, cobrir a Amazônia com internet para monitorar os lugares mais remotos, num contrato sem licitação. No Twitter, o oligarca ofereceu um motivo singelo: conectar escolas rurais. Em momento pré-eleitoral, com disparada do desmatamento e ofensiva da mineração sobre terras indígenas? Conta outra.

 

O poder quase incontrolável das big techs tem mostrado graus variados de impacto negativo para as democracias, em vários países. A passagem meteórica de Musk pelo Brasil faz soar um alarme (mais um) sobre enormes riscos de manipulação envolvendo a eleição de outubro”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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