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Editorial – 23.08.2019

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A confusão está formada. Ontem ganhou destaque na imprensa mundial essa situação da Amazônia em função, evidentemente, das queimadas, mas principalmente das declarações irresponsáveis de Bolsonaro e também, devemos destacar, o oportunismo de políticos europeus, que acabaram, de fato, transformando esse problema em uma crise internacional. Foram muitas as autoridades que se manifestaram, não somente o secretário-geral da ONU ou o presidente francês.

 

O presidente francês chegou a declarar que nossa casa está queimando, chamou a Amazônia de pulmão do nosso planeta, e o secretário-geral da ONU manifestou que a Amazônia precisa ser protegida. O circo está montado. O oportunismo, tanto de Bolsonaro, como também dessa turma lá da Europa é claro, o que não significa que não exista o problema na Amazônia. Evidente que Bolsonaro e seus auxiliares diretos quando se manifestam contra o imperialismo ou contra a tentativa de intervenção estrangeira na Amazônia, eles estão jogando para a plateia.

 

Nunca tivemos um governo tão submisso a pressões internacionais e, particularmente, dos Estados Unidos como esse que está aí. Acabamos inclusive de assistir essas declarações do Bolsonaro recentemente que apontavam que talvez os americanos tivessem muito mais competência para colonizar, para explorar economicamente a Amazônia do que os próprios brasileiros e por aí vai. Já assistimos declarações muito mais graves do senhor Bolsonaro contra a soberania nacional, além das suas atitudes, portanto não tem o menor cabimento nessa altura do campeonato o senhor Bolsonaro vir reclamar de pressões internacionais.

 

Parece que quem procura essas pressões é ele mesmo. Agora, por outro lado, os europeus, principalmente o presidente francês, dá um show ao querer transformar a questão da Amazônia no problema principal. Agora, ele é muito poderoso. Junto com suas declarações, com as declarações do secretário-geral, tudo indica que há uma campanha internacional articulada, uma prova disso é a forma absolutamente simultânea como um conjunto de expressões máximas do esporte mundial vieram a se manifestar.

 

Do Cristiano Ronaldo, jogador de futebol, até o número um do tênis mundial, todos se manifestando contra as queimadas na Amazônia. É bom, portanto, abrirmos o olho. Na verdade, a grande questão que se coloca, e isso nos remete à necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento próprio para o nosso país, é que estamos, de fato, tratando muito mal a Amazônia. A Amazônia hoje é objeto, por exemplo, do desejo de produtores de carne, de proteína animal, eles querem cada vez mais transformar a Amazônia em um imenso pasto.

 

Para eles, é muita vantagem retirar a madeira e colocar gado para que a gente produza mais carne, e isso em uma região que de fato poderia ser um celeiro do mundo em termos de proteína animal, desde que soubéssemos explorar essa região de maneira adequada, respeitando o meio ambiente e atentando para o seguinte, aquela região é realmente um manancial gigantesco de produção de proteína animal, basta aproveitarmos bem a enorme variedade de peixes que há naquela região, mas não, essa turma do agronegócio prefere pensar no lucro rápido, retirar madeira de qualquer maneira e transformar aquela região riquíssima em área de pasto.

 

Francamente, precisamos na verdade mudar completamente nossas concepções a respeito do que é possível fazer na Amazônia e, principalmente, o que é possível fazer no Brasil, e talvez a principal providência imediata seja isolar de fato e derrotar esse governo irresponsável do senhor Jair Bolsonaro.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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