Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Editorial – 24.03.2021

Compartilhe:
editorial_1170x530

Esse 24 de março é um dia importantíssimo para o funcionalismo público. Servidores de todo o país realizam um Dia Nacional de Luta, Mobilizações, Paralisação e Greve, onde estão sendo organizadas carreatas, panelaços e suspensão de atividades. Essa mobilização foi chamada por sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares tendo como objetivo a defesa do serviço público, a busca pela vacinação contra a Covid-19, a cobrança por um auxílio emergencial que atenda às necessidades da classe trabalhadora e pelo lockdown para frear a propagação do novo coronavírus, bem como pela responsabilização de Jair Bolsonaro pelas quase 300 mil mortes por conta da doença, número que devemos atingir nesta quarta-feira.

 

Fica aqui registrado todo o apoio da equipe do Faixa Livre aos servidores públicos do nosso país, que esse Dia Nacional de Lutas possa representar o início de um movimento organizado de toda a classe trabalhadora com o objetivo de tirar do Palácio do Planalto esse genocida chamado Jair Bolsonaro, que extermina a população brasileira e entrega as nossas riquezas nas mãos do capital internacional ao lado desses ultraliberais.

 

Mas eu gostaria de comentar também um episódio que certamente ficará marcado. O país teve ontem a confirmação de que uma das páginas mais sombrias da nossa história estava mesmo contaminada por interesses escusos. A segunda turma do Supremo Tribunal Federal julgou ontem, após o ministro Gilmar Mendes pautar de surpresa, o pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos casos envolvendo a condenação do ex-presidente Lula na operação Lava Jato pelo então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. O resultado foi um histórico 3 a 2 indicando a parcialidade de Moro para julgar os processos referentes ao petista ao apontar interesse direto do ex-juiz na prisão de Lula.

 

O ministro Nunes Marques, que havia pedido mais tempo para analisar o processo no início do mês, devolveu o caso à Corte e votou contra a tese de Mendes, pela suspeição de Moro. Já Cármen Lúcia, que havia votado a favor do ex-juiz, reviu o seu posicionamento e ficou ao lado de Gilmar Mendes e de Ricardo Lewandowski, formando a maioria. O outro que defendeu a imparcialidade de Moro foi Edson Fachin, reconhecido lavajatista no STF. Desta forma, todos os processos envolvendo o ex-presidente que passaram pelas mãos do ex-juiz estão anulados, pondo fim à farsa que representou a força-tarefa de Curitiba que tinha como único objetivo condenar Lula e retirá-lo da disputa pela Presidência em 2018, abrindo espaço para a vitória dessa figura nefasta que é o Jair Bolsonaro, que prontamente escolheu Sergio Moro como um dos pilares do seu governo, ao lado de Paulo Guedes. Um dia realmente histórico para o Brasil.

 

Para finalizar, eu quero abordar rapidamente esse imbróglio que foi a posse do ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que se deu também ontem (23) em uma cerimônia secreta em Brasília, sem a participação da imprensa. O jornalista Bernardo Mello Franco, em seu artigo no jornal O Globo de ontem, explica os verdadeiros motivos para a demora do presidente Jair Bolsonaro em empossar o escolhido para a vaga de Eduardo Pazuello. O título do texto é “Blindar aliados com foro privilegiado é coisa de “porcos”, dizia Bolsonaro”:

 

O presidente Jair Bolsonaro estuda criar um novo ministério para blindar o general Eduardo Pazuello. A ideia é manter o auxiliar com foro privilegiado no Supremo. E, com isso, protegê-lo da mira dos juízes de primeira instância.

 

A manobra tem sido comparada à nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil, em março de 2016. Na época, a então presidente Dilma Rousseff foi acusada de tentar driblar a Justiça para evitar a prisão do aliado.

 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, anulou a posse de Lula e deu o empurrão final para a queda do governo petista.

 

No dia em que o convite ao ex-presidente foi anunciado, o então deputado Bolsonaro fez protesto na Praça dos Três Poderes. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele convocou manifestantes e descreveu a nomeação como uma coisa de “porcos”:

 

— Estou aqui na frente do Palácio do Planalto. Na verdade, na frente de uma pocilga. Porcos estão lá dentro agora, com faixa presidencial e broche de ministro de Estado. Zombando, debochando do povo brasileiro — esbravejou.

 

Para Bolsonaro, os porcos são sempre os outros”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores