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Editorial – 24.10.2019

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Vivemos mesmo tempos inacreditáveis. Ontem o senhor Ricardo Salles, atual ocupante do Ministério do Meio Ambiente, foi à televisão e fez um balanço absolutamente lunático a respeito do vazamento que vem atingindo a região do Nordeste já no seu 55º dia. Para o ministro, inacreditavelmente está tudo indo muito bem. Ele fez um balanço absolutamente positivo, agradeceu o apoio de voluntários e entidades civis, na verdade ONG’s, essas mesmas que o governo gosta de criticar, e sua única preocupação mais objetiva foi anunciar que irá pedir providências à OEA para averiguar a origem do petróleo, que, sabe-se, é venezuelano, mas nada tem a ver com a Venezuela.

 

Aliás, é curioso que o ministro que faz um balanço tão positivo, abstrai claramente a importância de se identificar e, principalmente, tomar medidas preventivas para evitar que esse óleo viesse a chegar nas praias. Isso deveria ser a preocupação do ministro, mas nada, ele inclusive disse que está tudo sob controle, que os turistas estão voltando ao Nordeste e aproveitando o sol e as praias. Francamente, não precisávamos de uma encenação teatral e tão fora da realidade, mas esse é o Brasil atual que temos.

 

São coisas inacreditáveis. Ontem, por exemplo, na China, o Bolsonaro claramente afirmou que tem não tem interesse de incluir, envolver o Estado na economia e simplesmente aposta nos investimentos chineses, feitos por empresas estatais daquele país. Realmente temos de raciocinar muito bem o que significa esse governo Bolsonaro porque o que sobra, de fato, é a tal da destruição do Estado nacional e de instrumentos fundamentais para que a gente pense um projeto próprio de desenvolvimento para o nosso país de acordo com as nossas características, com as nossas necessidades.

 

Essa turma que chega ao governo, e essa moda já vem de longe aqui no Brasil, aposta que o melhor caminho para o desenvolvimento brasileiro é terceirizá-lo para os estrangeiros. É o dinheiro dos estrangeiros, a tecnologia dos estrangeiros, tudo isso que nos vai levar a uma situação melhor sob o ponto de vista econômico e social. Não existe nada mais estapafúrdio do que esse tipo de pensamento.

 

Países, ainda mais como o Brasil, continentais, com mais de 200 milhões de habitantes, precisam assumir e se responsabilizar pelo seu próprio desenvolvimento, pensando caminhos que sejam adequados à nossa população e não questões que interessem às cadeias produtivas controladas por estrangeiros, sejam eles norte-americanos, europeus, chineses ou japoneses. Precisamos criar as nossas próprias empresas e, principalmente, condições de fomentar tecnologia, conhecimento e uma melhor capacitação, educação do nosso povo.

 

Isso somente será possível se tivermos o processo de desenvolvimento nas nossas mãos e é por isso que os nossos caminhos atuais estão completamente pervertidos em relação àquilo que o Brasil deveria estar fazendo. Aliás, sob esse ponto de vista, as lições que nos vêm do Chile são escancaradamente importantes, mas parece que nossa elite não tem essa capacidade de raciocinar e ver o que é melhor para o nosso povo, prefere vê-lo simplesmente como mão-de-obra barata a ser cada vez mais explorada.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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