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Editorial – 26.08.2021

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Aquele lugar-comum de que a gestão Bolsonaro faz tudo no improviso, de que o presidente toca a administração federal como se comandasse sua residência no condomínio Vivendas da Barra, tem de ser, de uma vez por todas, abandonado no nosso país porque o que há ali é um projeto, um planejamento criminoso bastante organizado, tal qual uma milícia.

 

Exemplo disso se deu no depoimento de ontem (25) à CPI da Pandemia do senhor Roberto Pereira Ramos Júnior, identificado como diretor-presidente do FIB Bank Garantias S.A., empresa que teria afiançado as negociações para aquisição pelo Ministério da Saúde de doses da vacina Covaxin oferecidas pela Precisa Medicamentos.

 

O que se viu na Comissão Parlamentar de Inquérito foi um espetáculo de horrores, a confissão de um esquema primário de corrupção, com uma empresa de fachada presidida, na realidade, por um amigo do deputado Ricardo Barros (PP-PR), pivô desse escândalo de desvio de verbas públicas na compra de imunizantes em meio a uma pandemia, que acabou desmascarado antes que fosse colocado em prática.

 

Começa que o tal do FIB Bank, apesar do nome, não é um banco. Como sócio da empresa estava registrado o nome de Geraldo Rodrigues Machado, morador de Alagoas. Esse senhor não conseguiu ter acesso a um seguro-desemprego porque sua assinatura foi falsificada para que fosse incluído como representante da empresa. Ou seja, um laranja.

 

Outro detalhe é que a FIB, anunciada como pequena empresa, teria capital social no valor de, pasmem, R$ 7,5 bilhões, lastreados por dois imóveis, um em São Paulo e outro em Curitiba. Só a registro de comparação, esse é o valor estimado do Palácio de Buckingham, na Inglaterra, residência oficial da família real britânica.

 

O jornal Folha de S. Paulo já havia denunciado no mês passado que a garantia apresentada pelo FIB Bank no valor de US$ 15 milhões para afiançar a negociação entre a Precisa e o Governo Federal fora apresentada fora das regras e do prazo previstos no contrato assinado em fevereiro desse ano.

 

A suspeita dos senadores é de que o empresário Marcos Tolentino seja sócio oculto dessa fiadora da Precisa. Esse cidadão, que já foi convocado a prestar depoimento na CPI e é amigo pessoal do deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, é proprietário da Rede Brasil de Televisão, que tem o mesmo endereço e telefone de uma das duas acionistas do FIB Bank, a MB Guassu.

 

Esse é um longo novelo que os parlamentares da CPI precisam desenrolar, com fraudes do início ao fim, e há muitos outros detalhes que eu não conseguirei citar aqui pra vocês pelo exíguo tempo que nós temos nesse espaço editorial, mas eu só quero destacar a necessidade de que esses episódios que a Comissão Parlamentar de Inquérito tem desvendado não podem ficar impunes, bem como esse escândalo das rachadinhas que envolve o filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro, que teve seu inquérito mais uma vez suspenso por uma decisão monocrática do ministro do STJ João Otávio de Noronha.

 

O Brasil precisa de respostas para todos esses escândalos e nós seguiremos aqui na cobrança para que a Justiça seja feita e que esse grupo miliciano que comanda o país seja defenestrado o mais rapidamente possível.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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