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Editorial – 29.10.2019

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O governo parece animado com a vitória que obteve em torno da aprovação da contrarreforma da Previdência, um duro ataque contra os princípios da seguridade social constantes na nossa Constituição. Agora, o governo prepara, animado com essa vitória, uma chamada reforma administrativa, que envolve a redução do número de carreiras do serviço público e, mais do que isso, um tipo de modelo que pretenderá pressionar os estados a assumi-lo.

 

Os estados, em troca disso, poderiam se beneficiar da tal descentralização de recursos que o Governo Federal acena em torno do chamado Pacto Federativo. De fato, é necessária a descentralização de recursos, o problema é que isso o governo quer fazer com base, inclusive, em alterações em relação a preceitos constitucionais que hoje regem o nosso orçamento como, por exemplo, a vinculação de determinadas receitas à aplicação em áreas que deveriam ser estratégicas, como a educação e a saúde, mas as pretensões do governo vão muito além disso.

 

Hoje o jornal Folha de S. Paulo também anuncia que o governo estuda até mesmo a quebra do monopólio da Petrobras, vejam bem, para a venda do querosene de aviação como forma de reduzir os custos das empresas aéreas. A iniciativa pretende atrair estrangeiros para ampliar rotas e derrubar o preço das passagens no país. A gente já escuta essa história há muito tempo, a da entrada de capital estrangeiro em determinados setores, de empresas estrangeiras, poderiam reduzir os custos. Observamos muito isso, por exemplo, na área bancária.

 

Nos anos 1990, se prometia mundos e fundos com a entrada de bancos estrangeiros. O que se vê hoje é que esses bancos estrangeiros rapidamente se adaptaram ao nosso ambiente selvagem onde vale tudo por parte das grandes empresas principalmente dessa área financeira, e hoje temos um cartel bancário muito forte composto, entre outros, por instituições estrangeiras. Agora parece que querem levar esse mesmo “modelo” para as empresas aéreas, como se isso fosse o caminho para a gente ter, na verdade, uma redução importante do preço das passagens de avião.

 

Mas esse é o modelo liberal, esse mesmo modelo liberal que faz água no Chile, que produziu agora essa vitória espetacular do peronismo, que volta à presidência da Argentina. Nós brasileiros temos que aprender com essas lições, evidentemente, mas especialmente afastar todos esses temores que nos rondam em relação ao governo Bolsonaro. Ontem Bolsonaro voltou a aprontar das suas, simplesmente veiculou em rede social um vídeo onde a Presidência da República aparece travestida de leão, e essa Presidência é atacada por hienas.

 

As hienas são, nada mais, nada menos que o próprio Supremo Tribunal Federal, a OAB, a CNBB, o PSL, as legendas de esquerda e os órgãos da imprensa, isso levou inclusive o Celso de Mello, ministro mais antigo do Supremo, a afirmar que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites. É fato, esse atrevimento presidencial inclusive insinuou de maneira muito clara não como presidente, mas como candidato à Presidência da República, nas eleições do ano passado, mas parece que tudo isso não teve importância para os órgãos que deveriam controlar a lisura das nossas eleições, principalmente o Tribunal Superior Eleitoral.

 

Hoje, no Congresso, haverá a retomada dos trabalhos da chamada CPMI das fake news. Será mais uma oportunidade de se examinar um conjunto de crimes que cercaram a eleição deste oficial do Exército da reserva, que só não foi expulso das Forças Armadas por um detalhe no final dos anos 1980. Ninguém iria imaginar que 30 anos depois os próprios comandantes das Forças Armadas, especialmente do Exército, estariam por trás dessa campanha do senhor Jair Bolsonaro à Presidência da República e, mais do que isso, parece que tiveram um papel preponderante na própria vitória eleitoral completamente suspeita desse indivíduo.

 

Esperamos que essa CPMI avance em investigações, na tomada de determinados depoimentos que possam esclarecer mais ainda esse conjunto de irregularidades que levou o senhor Jair Bolsonaro à Presidência da República.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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