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Edson Diniz: “Aumento de mortes por policiais não significa mais paz”

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O avanço da violência no Rio de Janeiro segue em índices alarmantes, apesar de o governo de Wilson Witzel insistir em dizer o contrário. O último dado desanimador mostra que nos últimos 10 anos, o estado teve 411 assassinatos com três ou mais vítimas, considerados chacinas, que provocaram 1391 mortes.

 

O levantamento foi feito pelo site G1 a partir dos números do Instituto de Segurança Pública (ISP), obtidos via Lei de Acesso à informação. Em 2017, por exemplo, houve 59 casos computados, índice 43% superior à média dos outros anos.

 

Mas a ampliação das chacinas no Rio não configura o único drama vivido especialmente pela população periférica. A violência produzida pelo Estado revela outra face cruel dessa lógica, como lembrou o diretor do movimento Redes da Maré Edson Diniz.

 

“A violência vem aumentando ao longo do tempo apesar de termos tido, do ano passado para cá, a diminuição do número de homicídios, mas há um aumento, por exemplo, da violência policial. O próprio Ministério Público lançou um estudo dizendo que aumentou o número de mortes a partir de intervenção policial e o mais importante, não há uma relação, como diz o governo, entre uma coisa e outra. Não é porque aumentou o número de mortos a partir de intervenção da polícia que caiu o número de homicídios. Essa é uma falsa conclusão que se tem chegado. Aumentou o número de mortes a partir da intervenção policial e não significa que vamos ter mais paz”, disse.

 

O problema é potencializado pela ausência de ação do Estado na investigação desses casos. Além disso, a inoperância dos seguidos governos no Rio de Janeiro na implementação de políticas públicas que garantam dignidade aos moradores das favelas provoca as operações estatais apenas com seu braço armado, em um processo de genocídio.

 

“Temos também esse lado também das chacinas, que são pouco esclarecidas, e se pegarmos o mapa do Rio de Janeiro, esse aumento de mortes acontece nos bairros mais pobres. Então além das pessoas viverem uma vida difícil porque são mais pobres, têm menos atenção do próprio poder público, há também nesses lugares a violência gerada a partir do Estado. O Estado não assiste às pessoas duplamente”, lamentou Diniz.

 

Ouça a entrevista de Edson Diniz na íntegra:

 

 

Entrevista em 03.10.2019

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