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FUP anuncia greve dos petroleiros contra demissões e privatização

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O ataque do Governo Federal à Petrobras, maior estatal brasileira, vem provocando reações da categoria. Os sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovaram em assembleias pelo país o início de uma greve por tempo indeterminado a partir de amanhã (1º) em todas as unidades de trabalho.

 

As principais motivações do movimento são o fechamento da planta e a demissão de cerca de mil funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fapen), além do descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), acertado após intensas negociações com a categoria no fim do ano passado.

 

Apesar da paralisação dos trabalhos, a FUP garante que manterá o abastecimento de derivados de petróleo à população. O secretário de Assuntos Jurídicos e Institucionais da entidade Deyvid Bacelar destacou o apoio dos sindicalizados ao movimento grevista e criticou a administração da empresa, liderada por Roberto Castello Branco.

 

“As assembleias foram realizadas em base do sistema Petrobras de 13 dos nossos sindicatos, elas aprovaram por ampla maioria essa greve. Tivemos uma participação significativa da categoria petroleira, principalmente nas áreas operacionais onde temos as plataformas, refinarias e terminais, termelétricas e outras áreas onde os petroleiros e petroleiras compreenderam a necessidade da greve devido ao acirramento dessa gestão truculenta que hoje está no comando da Petrobrás”, ressaltou.

 

“Infelizmente não estão cumprindo com o Acordo Coletivo de Trabalho no que tange aos fóruns de negociação relacionados a diversos temas e ultrapassando todo e qualquer limite da razoabilidade, da Justiça do Trabalho. Acabaram anunciando a demissão de mil trabalhadores e trabalhadoras na Fapen, do Paraná, única fábrica de fertilizantes nitrogenados que funciona hoje no Brasil e que atende de forma bastante profissional e com produtos bem desenvolvidos pela categoria a agroindústria, principalmente na região sul do Brasil”, prosseguiu o dirigente.

 

O processo de privatização da estatal também foi citado por Deyvid como um dos motivadores para a paralisação dos trabalhos: “Infelizmente a população brasileira não consegue perceber porque a nova gestão tem uma estratégia de privatizar a Petrobras aos pedaços, rateando e vendendo a preço de banana os ativos da empresa. A população brasileira acaba não tendo ciência do que, de fato, ocorre na empresa”.

 

A diretoria da Petrobras denominou o fechamento da subsidiária no Paraná de ‘hibernação’. Para o diretor da FUP, a medida dá sequência a uma estratégia de encerramento das atividades industriais no Brasil, ampliando a dependência a outras nações.

 

“Estamos assistindo hoje no Brasil um grande processo de desindustrialização para favorecer os países desenvolvidos que nos vendem produtos manufaturados. Nesse caso da Araucária Nitrogenados, que é o nome da subsidiária, o processo é o mesmo. Deixaremos de produzir fertilizantes nitrogenados para a agroindústria brasileira para termos de importar 100% de tudo que utilizamos na agropecuária. Estamos falando de produtos nitrogenados que vêm da China, da Rússia, do norte da África e também do Canadá”, pontuou.

 

De acordo com dados divulgados pela FUP, a Petrobras reduziu em mais de 50% os investimentos no país entre 2013 e 2018. Os R$ 140 bilhões utilizados no desenvolvimento da empresa durante o governo de Dilma Rousseff despencaram para R$ 49,3 bilhões no ano passado. Desta forma, o setor deixou de gerar mais de R$ 100 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, provocando o fechamento de 2,5 milhões de postos de trabalho.

 

“Infelizmente quem está hoje no controle do país é um imbecil, um fantoche de neoliberais e de loucos fundamentalistas, e na gestão da Petrobras não é diferente. A gestão coloca a Petrobras na contramão das grandes empresas de petróleo e gás, que se tornaram empresas de energia integrada. Se a gente for observar o movimento de gigantes como Exxon, Shell, elas estão cada vez mais integrando as suas cadeias, e não somente essas grandes privadas, as grandes estatais como as chinesas da área de energia fazem o mesmo, tanto que estão vindo comprar esses ativos da Petrobras”, analisou Deyvid.

 

A FUP já iniciou diálogo com trabalhadores de outras categorias, como Correios, Dataprev e Casa da Moeda, na tentativa de ampliar o movimento grevista e provocar uma paralisação geral do país contra o governo de Jair Bolsonaro.

 

Ouça a entrevista de Deyvid Bacelar na íntegra:

 

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