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Após julgar a greve dos petroleiros ilegal, obrigando a manutenção de um contingente mínimo de 90% de trabalhadores em serviço, e estabelecer a aplicação de vultosas multas aos sindicatos que descumprirem a medida, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra determinou na última quinta-feira (06) uma série de sanções às entidades que participam do movimento, como o bloqueio cautelar de contas bancárias.
Outra decisão do juiz foi autorizar contratações emergenciais de profissionais e serviços pela Petrobras, bem como suspender o repasse mensal aos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que lidera a paralisação.
O secretário de Assuntos Jurídicos e Institucionais da FUP Deyvid Bacelar lamentou a postura do magistrado e ressaltou que esta não é a primeira vez que ele toma decisões que prejudicam a luta por direitos dos trabalhadores do setor do petróleo.
“O ministro Ives Gandra sempre esteve ao lado do patronal, as decisões dele vão ao encontro dos interesses dos empresários. O ministro sempre perseguiu os petroleiros, desde aquela greve histórica de 1995, como também nas decisões várias que deu no TST, quando se tornou ministro, contra os trabalhadores e trabalhadoras. É bom lembrar que ele foi um dos que ajudou na Reforma Trabalhista do governo Temer e do governo Bolsonaro”, acusou o dirigente.
A equipe jurídica da federação já se movimenta na tentativa de reverter a decisão, que inviabiliza o funcionamento dos sindicatos. Bacelar espera que o pleno do tribunal se oponha à deliberação de Gandra.
“É bom lembrar que o ministro Ives Gandra não é maioria do TST, temos um outro lado, como o ministro [Maurício] Godinho, que no voto dos dissídios coletivos foi de encontro ao do ministro Ives Gandra, o ministro Renato Paiva, que é conhecido como imparcial, um grande negociador de conflitos e foi elogiado tanto pela direção da empresa [Petrobras], como pelos sindicatos quando ajudou a fechar o último Acordo Coletivo de Trabalho”, avaliou.
Apesar da decisão do magistrado, o secretário de Assuntos Jurídico e Institucionais da federação avisou que as entidades manterão o movimento grevista e a ocupação da sala de reuniões no quarto andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.
“Ontem tivemos uma reunião com os 13 sindicatos ligados à FUP e a decisão foi de que a greve continua, ela não é ilegal, abusiva. Solicitamos uma série de esclarecimentos à empresa para conseguirmos cumprir as condições que foram estabelecidas pela liminar do ministro Ives Gandra, mas infelizmente a gestão não respondeu”, encerrou.
Ouça a entrevista de Deyvid Bacelar a partir do minuto 27: