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George adota cautela sobre tese de execução de capitão Adriano na BA

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A intervenção da Polícia Militar da Bahia que levou à morte do ex-integrante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como capitão Adriano, segue cercada de mistérios. A escassez de informações sobre o cerco montado ao miliciano em um sítio na cidade de Esplanada, assim como a falta de divulgação de imagens aumentam as dúvidas sobre o episódio.

 

Uma das hipóteses aventadas pela opinião pública é a de execução do capitão Adriano. O próprio ex-policial acusado de chefiar o ‘Escritório do crime’, envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, segredou ao seu advogado o temor a respeito de sua morte como parte de um processo de ‘queima de arquivo’.

 

Apesar de não descartar nenhuma hipótese, o delegado da Polícia Civil Vinícius George preferiu adotar um discurso ponderado ao analisar as circunstâncias da operação que matou um dos principais procurados pelos órgãos de segurança do Rio.

 

“A gente não pode afirmar que foi uma execução. Não estou dizendo que não foi, é óbvio que qualquer operação tem de ser com o objetivo de prender, daí a afirmar necessariamente que foi uma operação para queimar arquivo, como estão dizendo, é até imaginar que o governo da Bahia no mínimo autorizou, quiçá mandou, porque é impensável que uma ação da Secretaria de Segurança da Bahia nesse nível não vá ter ciência do governador”, declarou.

 

Para justificar uma ação violenta dos policiais baianos no lugar de apenas manter o cerco ao procurado para que fosse efetuada sua prisão, George destacou o histórico do ex-membro do batalhão de elite da polícia fluminense.

 

“Quem conhece o perfil do Adriano, sabe que ele era um exímio atirador, no mínimo um sociopata. Para se ter uma ideia, ele era temido até dentro do Bope no Rio de Janeiro, foi um policial que atirou muito na cabecinha primeiro em nome da sociedade, depois foi trabalhar para bicheiros, protegendo um e matando outros, e depois resolveu montar sua própria empresa de assassinatos. Um cara desses dificilmente se entrega, ele reage”, destacou.

 

O miliciano morto tem notórias ligações com a família do presidente Jair Bolsonaro, tendo sido homenageado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Além disso, o filho do mandatário empregou a ex-mulher e a mãe de Adriano em seu gabinete. O delegado lembrou que não há sequer ligações políticas entre o presidente da República e o governador Rui Costa que justificassem uma suposta ação deliberada de queima de arquivo.

 

“Tudo é possível, negar essa possibilidade [de execução] é negar fatos históricos, mas as pessoas estão afirmando de uma forma muito geral, inclusive fazendo uma relação política que não faz o menor sentido porque seria o governo do PT na Bahia protegendo a família Bolsonaro”, apontou.

 

Ouça a entrevista de Vinícius George:

 

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