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A situação da floresta amazônica no governo Bolsonaro se degrada a olhos vistos. As queimadas se ampliam descontroladamente na região, o que põe em risco a sobrevivência de espécies animais e vegetais existentes apenas neste tipo de ambiente. Além disso, a ganância das madeireiras, mineradores e do agronegócio avança sobre os povos originários, ameaçados pela invasão de terras demarcadas.
Neste 5 de setembro, quando comemora-se o dia da Amazônia, entidades de proteção à floresta expõem a realidade perigosa para quem vive naquela área. Uma delas é a Organização Não-Governamental (ONG) Forest Trend, que atua para atender às demandas que a União não cobre.
Foi o que disse o gestor ambiental Fábio Fabé, um dos responsáveis por verificar as necessidades não apenas de preservação da mata nativa, como também de acolhimento e desenvolvimento das tribos que ocupam a região amazônica
“Tenho andado pela Amazônia em todos os estados e o que observo, por parte dos indígenas mesmo, é que principalmente esse governo não está de forma alguma ajudando eles. Um problema mais urgente é esse das queimadas por conta do tempo seco, e há um incentivo a isso. Tem afetado esses territórios de forma geral. O assédio a esses territórios por conta da terra e dos recursos tem atraído a atenção de madeireiras e mineradoras”, alertou.
Apesar do recrudescimento da situação da Amazônia ter se dado na atual gestão federal, o ambientalista ressaltou que o descaso com a floresta tropical mais importante do planeta se dá há muitos anos.
“É importante lembrar que isso não é de agora, é só pegarmos o orçamento da União e ver o que vai para área ambiental. O que o Ministério do Meio Ambiente sempre fez foi milagre, com a ajuda das organizações que cobrem esse buraco, com os recursos que estão disponíveis de outros países que estão interessados em preservar porque a questão ambiental é uma questão global mesmo, isso é fato. Há pessoas interessadas em fazer com que essa floresta continue preservada e há pessoas hoje assediando esses territórios indígenas e as unidades de conservação porque não está mais se dando a devida atenção que se deveria”, lembrou Fabé.
Atualmente em Rondônia, o gestor ambiental trabalha apoiando a economia desenvolvida pelos indígenas em seus territórios, promovendo o desenvolvimento de produtos e atividades como a castanha, o cacau, o açaí e o artesanato.
Entretanto, as instituições governamentais responsáveis por fomentar a cultura local e proteger os povos originários foram deixadas de lado pelo presidente da República Jair Bolsonaro, em um processo de desmonte da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por exemplo.
“Imagine você cortar, por exemplo, o orçamento de um órgão de fiscalização ou, pior que isso, conseguir autuar, multar e fazer com que a Justiça obrigue a pessoa a resolver um problema que ela criou e não resolve. Isso acontece já há anos, olha o tanto de processos que tem na justiça desse pessoal que está condenado a recuperar reserva legal, área de conservação permanente”, disse o representante da ONG.
Ouça a entrevista de Fábio Fabé:
Entrevista em 05.09.2019